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O Amor no Lar

O Amor no Lar

LOUISE HART in A FAMÍLIA MODERNA

“O notável é que realmente amamos nosso próximo como a nós mesmos; fazemos aos outros o que fazemos a nós. Odiamos os outros quando odiamos a nós mesmos. Perdoamos aos outros quando nos perdoamos. Não é o amor-próprio, mas o “ódio-próprio” que está na raiz dos problemas que afligem nosso mundo.” – Eric Hoffer

Em meus workshops, pergunto aos pais quantos deles sabiam, enquanto cresciam, que eram amados por seus próprios pais. Em geral, muitas mãos se levantam. Então pergunto quantos deles se sentiam amados; menos mãos se erguem.
Às vezes, pais que amam de verdade os filhos não sabem como transmitir esse amor; às vezes os filhos não sabem como aceitá-lo. O pai de uma adolescente bulímica confessou: “Minha filha nunca se sentiu amada, mas eu a amei tanto!”. Ser amado não significa necessariamente sentir-se amado.
Em nossa sociedade, muitos homens aprendem a não sentir desde a infância. Tendo aprendido a bloquear os sentimentos difíceis, eles, por infelicidade, também bloquearam o belo sentimento do amor. A pesquisa de Shere Hite com sete mil homens revelou que quase nenhum deles fora próximo do pai. Criar as crianças era sempre considerado “serviço de mulher” e o pai, trabalhando longe de casa por muitas horas, tinha pouco contato com os filhos. Uma pesquisa revelou que os pais passavam uma média de trinta e sete segundos por dia interagindo com os filhos pequenos. Outra pesquisa mostrou uma diminuição marcante do contato após o divórcio: no início da adolescência, 50% dos filhos de famílias divorciadas não tinham contato algum com o pai, 30% tinham contatos esporádicos e apenas 20% viam o pai uma vez por semana ou mais. Entretanto, as crianças precisam tanto do pai como da mãe. Precisam sentir-se amadas por eles. E os pais precisam sentir-se amados pelos filhos.
Se não aprendeu a amar quando criança, o momento é agora. Aprenda a dar amor, a recebê-lo e a amar-se. Então você poderá proteger e amar seus filhos, e exercer-se como pai, ou mãe, para com eles.
Prefiro acreditar que a maior parte dos pais tenha amado de fato seus filhos, mas devido a deficiências pessoais e falta de comunicação, estes não se sentiram amados. Sua auto-estima sofreu desnecessariamente.
O que não transmite amor
Pais bem-intencionados tentam demonstrar seu amor de muitos jeitos que não funcionam, tais como:
Excesso de permissividade. Os pais pensam: “Meus filhos sabem que os amo porque os deixo fazer tudo o que desejam”. Uma amiga do tempo de ginásio, que podia ficar fora de casa até a hora que quisesse, chegou à conclusão de que seus pais não se importavam com ela o suficiente para estabelecer a hora de voltar. As crianças precisam de limites seguros, saudáveis e razoáveis; nossa disposição de colocar esses limites transmite amor.
Martírio. Muitas mulheres aprenderam a sacrificar-se, dando-se continuamente aos outros, sem cuidar de si mesmas. Colocaram de lado suas próprias necessidades, acreditando que essa era a maneira de exprimir amor pela família. Muitas terminaram como mártires ou capachos. Colocando-se em último lugar, acabaram por sentir-se ressentidas e esvaziadas, sem que seus filhos se sentissem amados. Elas fizeram demais pelos filhos, coisas que estes deveriam fazer sozinhos (inclusive resolver problemas), privando-os da oportunidade de aprender, adquirir experiência e construir sua auto-estima. Esses filhos passaram a esperar que alguém sempre “fizesse por eles”. É importante que os pais cuidem de si mesmos, que satisfaçam suas próprias necessidades. Assim, terão mais para dar àqueles que amam.
Superproteção. Neste mundo às vezes assustador em que vivemos, nossos filhos precisam ser protegidos do perigo e do mal. Entretanto, se os protegermos demais eles concluirão que são incapazes – e não que são amados.
Tempo em quantidade, sem qualidade. Passar muito tempo juntos não transmite necessariamente amor. Os pais podem passar o dia inteiro com os filhos e apesar disso nunca estar de fato presentes para eles. A qualidade do tempo que passam juntos é mais importante que a quantidade. Muitas pessoas criadas por adultos que passavam vinte e quatro horas por dia com elas sentem-se mal-amadas.
Posses materiais. Linda, uma mãe de 36 anos, contou-me: “Meu pai comprava para mim tudo o que eu quisesse, mas não me abraçava nem demonstrava qualquer afeto. Passei a vida inteira sentindo que ele não me amava”. Bens materiais podem ser um substituto para o amor; porém, por si mesmos, não o transmitem. A melhor coisa para despender com os seus filhos é tempo.
O que transmite amor
Larry, um homem mais velho que participava do meu workshop, disse: “Eu me sentia amado quando meu pai me carregava nos ombros e cantava para mim”. Uma mulher sentiu-se amada quando a família construiu uma pista de patinação no gelo, e passaram a patinar juntos. O amor nessas famílias cresceu, assim como a auto-estima. Foram os divertimentos que criaram aquelas lembranças queridas.

  • Reserve alguns instantes e pergunte-se que situações o fizeram sentir-se amado quando criança. Você faz essas coisas com seus filhos, ou por eles?
  • Há muitas maneiras efetivas de comunicar amor às crianças, inclusive estas:
  • Levá-las a sério. As coisas que acontecem na vida de seus filhos têm tremenda importância para eles. Coloque-se no lugar deles e avalie o que eles compartilham com você.
  • Ouvir de verdade. Esta é uma das mais básicas e importantes capacidades da vida.

Estar com, não fazer por. É fácil ser pego sempre fazendo coisas pelos filhos. Entretanto, às vezes é importante pôr de lado todo o trabalho e apenas estar presente, estar com eles. Isso é especialmente verdadeiro em momentos de crise. Quando as crianças (e outros) sentem esta qualidade de presença, concluem: “É importante para você estar comigo. Devo ter importância. Sou amado”. A auto-estima deles aumenta – e também a nossa.
Como podemos comunicar aos filhos que eles são preciosos e têm valor?
Mensagens não-verbais. Expressões faciais positivas, contato pelo olhar, toques amorosos e atenção fazem os outros sentirem-se importantes.
Palavras positivas. Todos querem ouvir coisas boas sobre si mesmos. Assegure-se de que suas palavras sejam sinceras.
Respeito e diversão. As crianças lêem as suas atitudes. Quando nos divertimos em companhia delas, todos ganham.
“Se todos tivesse na vida uma única pessoa que dissesse: ‘Eu o amarei, aconteça o que acontecer. Eu o amarei se você for tolo, se cometer um deslize e quebrar a cara, se fizer coisas erradas, se cometer enganos, se se comportar como um ser humano eu o amarei, não importa, jamais acabaríamos em instituições mentais.”

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