O que fazer para se libertar da culpa?
A culpa que muitas vezes sentimos é resultado de séculos de condicionamento resultante do pensamento judaico-cristão, aliás uma distorção do pensamento cristão, que intrinsecamente, não estabelecia a culpa e a punição, como posteriormente acabou acontecendo. Por esse pensamento, tudo o que fazemos e que não está dentro dos padrões rígidos dessa pseudomoral instituída é um pecado e deve ser punido violentamente. Durante séculos esse pensamento oriundo do judaísmo: do olho por olho, dente por dente, manipulado e distorcido pelas doutrinas “cristãs” por interesse próprio vem imperando dentro da cultura ocidental.
Eu digo distorcido, pois se observarmos os Evangelhos, o Cristo jamais se referiu ao erro dessa forma como as várias religiões cristãs durante séculos pregaram, a do pecado e da punição. Basta analisar as passagens na qual ele se refere a mulher adúltera, quando ele disse que atirasse a primeira pedra aquele que não tinha pecados; o momento do encontro com a mulher hemorroísa; a sua postura com Maria de Magdala, a prostituta que se lhe tornou seguidora após ele dizer a ela que os seus pecados lhe seriam perdoados por muito amor, e perceberemos que ele via o erro de uma maneira natural, fazendo parte das experiências de evolução do ser humano. Todavia, infelizmente as suas palavras foram distorcidas e durante séculos este pensamento deturpado tem imperado na cultura ocidental, até hoje, a ponto dele ainda estar imerso no inconsciente coletivo da nossa cultura. Isso faz com que a culpa esteja impregnada em nós mesmos.
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Analisemos as razões para isso, à luz da Psicologia Consciencial. Esta ciência tem estudado inúmeras questões que tem atormentado o ser humano durante séculos, questões essas que não tem explicações dentro da ciência materialista/reducionista. A explicação mais plausível para a culpa que muitas pessoas trazem e que são inexplicáveis no momento atual, pois estas não fizeram nada que justifique ou explique estas culpas é que elas cometeram estas ações pelas quais sentem culpa em seu passado espiritual. Pelos estudos que têm sido feito por pesquisadores no mundo inteiro a reencarnação é um fato. Isso explicaria essas culpas imensas que muitas vezes as pessoas sentem, sem razão aparente.
Essas ações do passado somadas a séculos passando por experiências nas quais vivenciamos muito intensamente, esse paradigma judaico-cristão distorcido, centrado no pecado, na culpa e na punição fazem com que esses sentimentos estejam muito arraigados em muitas pessoas. Por isso, a culpa ainda persegue muita gente, mesmo quando temos tudo, teoricamente, para nos libertar dela.
O que fazer para se libertar da culpa? Só existe um caminho para libertar a nossa consciência: assumindo a responsabilidade pela nossa vida. Somos convidados a cultivar a virtude da responsabilidade para refletir que o erro faz parte da evolução natural de todas as pessoas, analisando-se aqui o erro, como sendo algo que contraria a lei de amor, isto é, uma atitude de desamor ou pseudoamor, a nós mesmos ou a outras pessoas. Importante frisar isso porque, dentro do paradigma judaico-cristão distorcido, muitas coisas que são tidas como erros ou pecados, não o são, à luz da lei de amor, porque são apenas processos de não cumprimento de dogmas religiosos. Então, quando cometemos um erro, estamos assumindo uma postura egoica, agindo com desamor ou pseudoamor. Esta atitude errada pode acontecer por ignorância ou por desprezo ao que é correto, ou seja, desprezo aos princípios da lei de amor. Toda atitude equivocada tem a sua consequência e perdoar-se significa assumir a responsabilidade pelo ato e a sua reparação.
Assumir a responsabilidade pelo erro; aprender com o erro; e buscar repará-lo.
Torna-se fundamental para a libertação da culpa, que se constitui em uma atitude inconsequente, pois não reparamos com ela o erro cometido. Somos convidados a um caminho amoroso conosco que envolve três ações fundamentais: assumir a responsabilidade pelo erro; aprender com o erro; e buscar repará-lo. Com essa atitude estaremos tratando o erro de uma forma positiva e isso faz com que evoluamos, diferentemente da culpa e da punição, na qual a pessoa simplesmente se pune pelo erro e se acha uma vítima da vida por tê-lo cometido, sem assumir o aprendizado dele decorrente.
Resumindo, todas as vezes que sentirmos culpa por algo que tenhamos feito ou que simplesmente nos achemos culpados, mesmo que não haja uma razão aparente, somos convidados a refletir fazendo a nós mesmos estas perguntas: o que posso tirar de aprendizado desta experiência? como posso agir para reparar as consequências dos meus atos? Com isso estaremos assumindo a responsabilidade pela nossa vida e conquistando a felicidade.
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