Neste e nos próximos artigos, vamos refletir sobre a história de vida de Anita e o seu processo de cura da criança interior ferida.
Quando *Anita buscou a nossa ajuda tinha 36 anos, sentia-se muito infeliz, encontrando-se, em uma depressão entre moderada e grave. Segundo ela, desde a infância é infeliz, porque o seu pai era muito autoritário e agressivo. Passou a infância inteira ouvindo acusações como estas do seu pai: como você é burra; você é uma desajeitada; como é lerda essa menina, não dá conta de fazer nada; essa menina nunca vai ser alguém na vida de tão burra e lerda que ela é. Isso acontecia todas as vezes que ela tinha alguma dificuldade na escola ou em casa.
Muitas vezes o pai a comparava com o irmão: *Anita, porque você não faz as coisas como o seu irmão? Ele, sim, é capaz, é inteligente. Ele sempre repetia estas e outras repreensões semelhantes, que a desqualificavam.
Anita, na segunda infância passou ela mesma a dizer: eu sou burra, não sou capaz de aprender; eu não consigo fazer nada certo. Eu tenho que fazer muito mais esforço do que os outros para produzir a mesma coisa.
Vivia em um estado de tensão, ansiedade e muita insegurança. Em casa estava sempre arredia, com medo de fazer qualquer tarefa doméstica e ser repreendida pelo pai.
Leia também: Como se libertar do sentimento de culpa
Vivia repetindo para si mesma e para os outros: eu não consigo fazer nada direito; eu sou uma imprestável; sou incapaz. Devido a pensar assim, entrou em depressão e não via solução para a sua vida, momentos em que pensava em morrer.
Anita passou toda a sua infância e adolescência ouvindo as mesmas repreensões, tornando-se uma pessoa com uma autoestima extremamente deficiente, tímida, insegura, pessimista, com um complexo de inferioridade muito grande.
Depois que se tornou adulta, muitas vezes reagia a este estado, dizendo para si mesma: Isso não pode ser assim; eu não sou burra; eu não sou incapaz; eu preciso sair dessa; eu tenho que mostrar que sou capaz. Contudo, logo voltava a se sentir incapaz, passando a sabotar toda oportunidade de mudança de atitude e se equilibrar.
Isso é muito comum acontecer com as pessoas que tiveram uma infância como a de *Anita, porque trazem uma criança interior ferida. Enquanto não houver um acolhimento dessa criança interior para curar as feridas psíquicas, os conflitos permanecem e, portanto, a autossabotagem e a consequente infelicidade.
No próximo artigo da série que será na próxima semana, refletiremos como é que se produz essas feridas psíquicas na criança interior.
Se gostou desse artigo não deixe de comentar e compartilhar. Espero ter ajudado!
Para mais, acompanhe o nosso Blog e siga nossas redes sociais! @plenitudehumana