Você sabe que existem duas condições necessárias para se libertar da depressão?
Neste artigo, refletiremos sobre o caso de Regina, que se encontra em processo de depressão para ver como funciona o negativismo no dia a dia de uma pessoa depressiva.
Regina sempre teve depressão desde a segunda infância e, especialmente, na adolescência, quando entrava em conflito com os pais.
Era muito agressiva, mas depois se sentia culpada, fato que agravava a sua doença.
Ao se tornar adulta, continuou intolerante com tudo e com todos, pois é muito perfeccionista, exigindo de si mesma e dos outros uma perfeição impossível.
Dessa forma, Regina vive irritada e triste, pois não consegue que as coisas sejam perfeitas como gostaria e, com isso, culpa-se e culpa os outros quando acontecem as imperfeições naturais da vida.
Há oito anos, após o nascimento do terceiro filho, a depressão se agravou. Passa o tempo todo em seu quarto, sentindo muita angústia e tristeza.
Chora muitas vezes devido a esse quadro.
Regina vê tudo cinza à sua volta, especialmente nas poucas vezes que sai de casa.
Nada lhe dá alegria.
Sente um vazio interior muito grande.
Acorda triste, dorme triste, conforme relata.
Sente-se muito culpada por viver assim, pois tem três filhos pequenos que precisam dela, porém não consegue superar esse quadro.
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Sente que a culpa agrava a sua situação, mas não consegue viver sem se culpar.
Imagina que as coisas vão piorar cada vez mais e que a qualquer momento vai acontecer uma tragédia com seus filhos que ela não poderá evitar.
Pensa muito em morrer, mas só não se suicida por causa dos filhos e pelo conhecimento que tem de que o suicídio vai piorar o seu sofrimento.
Tem tomado muitos medicamentos psicotrópicos, com poucos resultados, fato que a faz se sentir em desespero, pois não vê solução para o seu problema.
Diz que está muito complicado viver, que gostaria de ter uma vida diferente, mas não sabe mais o que fazer para resolver esse problema.
O caso de Regina é relativamente comum, típico de depressão.
Trata-se de um caso verídico em que alguns dados foram alterados para não haver a identificação da pessoa.
O movimento de Regina é esse de se fechar para a vida porque o mundo não é perfeito como ela gostaria.
Ela é convidada a aprender a lidar com as imperfeições existentes em si mesma e em tudo à sua volta, mas se revolta com isso e se fecha num mundo de contrariedades.
Regina somente não entrou em uma depressão mais grave porque os três filhos pequenos precisam de seu auxílio e se constituem em uma razão para que ela viva.
Porém, não faz isso por amor à maternidade, como deveria, e sim por uma ansiedade de consciência muito grande, fato que agrava o seu complexo de culpa.
Para poder, minimamente, ser mãe, não se permite prostrar em uma cama.
Contudo, para se levantar, Regina diariamente se obriga a contragosto, pois se não fossem os filhos ela permaneceria deitada.
Muitas vezes, quando os filhos estão na escola, ela se permite ficar horas a fio deitada no leito curtindo o seu sofrimento, cultuando os pensamentos negativos e a ideia de morrer para acabar com o sofrimento.
A vida que leva agrava a consciência de culpa, gerando um círculo vicioso de autojulgamento, autocondenação e autopunição, que amplia o remorso, cuja origem está no seu passado espiritual, mas que é alimentado pela forma como ela se conduz na vida.
Para que Regina possa superar a depressão, é fundamental se entregar, existencialmente, à condição de filha de Deus, de aprendiz da Vida que está ocupando novamente uma personalidade transitória para instruir-se com as experiências-desafio desagradáveis que acontecem nas várias circunstâncias da vida.
Por que Regina cultua tanto a perfeição em relação à vida e não a aceita como ela é, buscando mudar aquilo que pode?
Porque no mundo perfeito que ela gostaria de viver todos os acontecimentos seriam agradáveis e ela quer exatamente isso.
Por isso, quando surge qualquer imperfeição, para ela é profundamente desagradável porque Regina não tem cultivado duas virtudes fundamentais para viver que são o sentimento de filiação divina e o sentimento de aprendiz da Vida.
Isso produz uma desconfiança implícita em Deus e, com isso, ela não sente, a presença amorosa do Criador em sua vida.
Deus é o Arquétipo Primordial, Criador de tudo o que existe no Universo, com base em leis que não é possível modificar.
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Porém, muitas pessoas que dizem acreditar em Deus recusam-se a sentir a sua presença em seus corações.
Vejamos como isso acontece.
A pessoa que discorda das leis de Deus não exercitará a virtude do sentimento de filiação divina e, com isso, vai se desconectando das energias amorosas do Universo, direcionadas pela lei de amor.
Ao agir assim, na contramão desse fluxo, não se sentirá, também, pertencendo ao Universo. Eis o cenário para a eclosão da insegurança existencial.
Uma metáfora que define bem esse estado é a de um peixe fora d’água.
Não há como se sentir confortável envolto nessa energia discordante.
A dúvida é manifestação decorrente de dois processos: ignorância de si mesmo, isto é, ignorância de que se é um espírito imortal, filho de Deus, aprendiz da vida; e ignorância da existência de leis universais de Deus.
Tudo isso produz não uma dúvida circunstancial, mas uma dúvida existencial.
A dúvida circunstancial é natural por ser um processo de insegurança corriqueira, que acontece quando a pessoa deve realizar uma ação pela primeira vez, por exemplo.
Se ela cultiva a virtude do sentimento de filiação divina e de aprendiz da vida, mesmo com dúvidas tomará uma decisão, realizará a ação e aprenderá com a experiência, independentemente do resultado, das possibilidades de erro ou de acerto.
A dúvida existencial é bem mais profunda e resultante da identificação egoica a pessoa resultante do seu afastamento da própria essência e de Deus.
O existencial é, pois, aquilo que existe de mais profundo na existência espiritual do ser, desde o princípio de sua formação.
Somente é possível superar a dúvida existencial por meio de reflexões profundas a respeito dos mecanismos que regem a vida.
Em nosso próximo artigo sobre a depressão abordaremos como você pode se libertar da dúvida existencial.
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