Você sabe o que é o ponto de mutação e a importância dele para o seu processo de transformação interior?
Neste artigo, vamos tratar desse importante momento na vida do ser humano.
Temos hoje muitas pessoas vivendo conflitos emocionais que as fazem sofrer bastante.
Muitas delas geram com esses conflitos doenças como o transtorno da ansiedade generalizada, a depressão, o transtorno do pânico, o transtorno bipolar, dentre outras doenças de caráter emocional.
Contudo, ao observar o que essas pessoas fazem em relação a isso, percebe-se uma espécie de letargia, produzindo acomodação e nenhuma ação para solucionar os conflitos emocionais.
Com isso a doença ou os conflitos se avolumam até que se tornam muito dolorosos, praticamente insuportáveis.
É somente nesse ponto que muitas pessoas dizem basta; não quero mais viver dessa forma!
Esse ponto é o que denominamos na Psicologia Consciencial de ponto de mutação, ou seja, o momento no qual a pessoa se cansa de sofrer e quer mudar a sua vida.
É claro que não é necessário chegar ao máximo de sofrimento para a pessoa entrar no ponto de mutação, mas devido à inércia que toma conta de muitas pessoas, a maioria só entra no ponto de mutação depois de muito sofrer.
Foi isso que aconteceu com Andressa.
Durante muitos anos Andressa teve uma tendência a ter ansiedade.
Ela vivia dizendo que tudo o que fazia ela queria para ontem, porque ficava muito ansiosa com as coisas que devia fazer no futuro.
Andressa tinha muita dificuldade para relaxar devido à inquietude em que vivia, principalmente no momento do sono.
Na hora que ia dormir mil pensamentos vinham na sua mente sobre o que ia fazer no dia seguinte, fato este que gerava uma insônia muito incômoda.
Só dormia depois de horas pensando, pensando…
Na maioria das vezes pensava de forma negativa no que ia fazer, criando situações catastróficas na sua mente, ou simplesmente pensando que no dia seguinte não ia conseguir realizar todas as tarefas que tinha a fazer.
Somente quando estava intensamente exausta é que o sono vinha.
Andressa viveu dessa forma durante muitos anos até que o estado de ansiedade permanente se tornou insuportável, fazendo com que passasse noites inteiras em claro e durante o dia se sentia uma “pilha de nervos”, conforme disse.
Não aguentando mais essa situação Andressa consultou um psiquiatra que diagnosticou a doença do transtorno de ansiedade generalizada.
Receitou psicotrópicos que diminuíram um pouco a ansiedade e a insônia, mas Andressa permanecia com um estado de inquietude constante, como se estivesse faltando alguma coisa em sua vida.
Foi nesse momento que Andressa disse basta: não quero mais viver dessa maneira, precisando de remédios psicotrópicos para viver e mesmo assim com péssima qualidade. Eu quero viver serena, tranquila, sentindo prazer em viver.
Ela havia chegado ao ponto de mutação.
Foi nesse momento que Andressa refletiu que precisava fazer algo mais, além do tratamento psiquiátrico para resolver as causas do seu problema.
Percebeu que os remédios que estava tomando apenas aliviaram os seus sintomas, mas não resolveram os seus conflitos íntimos.
Nesse momento é que ela recebeu a indicação de uma amiga para fazer a terapia transpessoal-consciencial e nos buscou para um processo terapêutico, que foi muito bem sucedido.
Atualmente, Andressa vive em um estado de equilíbrio conquistado com bastante esforço de aprendizado sobre si mesma, sobre como gerava a ansiedade e como desenvolver a virtude da serenidade e outras virtudes para tornar a sua vida muito melhor.
É possível a partir de um método terapêutico bem aplicado chegar ao estado de equilíbrio.
Dizemos estado de equilíbrio, porque ele não é uma estação de chegada, mas um movimento constante.
Histórias como as de Andressa é relativamente comum, porque a maioria das pessoas deixa os problemas se agravarem até ficarem insuportáveis para realmente começarem a agir.
O ponto de mutação é, portanto, o momento em que a pessoa toma consciência daquilo que já não quer e passa a focar naquilo que quer para a sua vida.
Por que muitas pessoas têm grandes dificuldades em entrar no ponto de mutação?
Porque para isso o primeiro passo é reconhecer que elas têm um problema para ser resolvido e, a partir disso se permitirem resolvê-lo.
São poucas as que fazem isso. A maioria fica esperando alguma coisa acontecer que as tire do problema; buscam culpados pelo problema e raros se responsabilizam pela solução.
Para entrar no ponto de mutação você é convidado a fazer duas perguntas conscienciais:
O que eu quero verdadeiramente para a minha vida?
Que ações estou disposta(o) a realizar para conseguir o que eu quero?
A solução está ligada à conexão diretamente com quatro leis ínsitas no código moral que todos trazemos em nossa consciência: a lei de amor; a lei de liberdade; a lei de responsabilidade e a lei de permissão.
Outras leis também estão envolvidas, mas essas quatro são as principais.
Para se conectar com essas leis, somos convidados a exercitar algumas virtudes fundamentais: o autoamor, a reflexão, o discernimento, o sentimento de liberdade, a decisão consciencial, a responsabilidade, o sentimento de aprendiz, a humildade e a mansidão.
Essas virtudes formam um processo psicodinâmico muito importante para que a pessoa adentre no ponto de mutação.
Primeiramente, o exercício do autoamor vai fazer com que a pessoa não se acomode em uma vida doentia e queira viver com qualidade, de uma forma saudável.
A partir do exercício do autoamor, a pessoa é convidada a refletir para poder fazer uma escolha consciencial e não manter a escolha egoica ligada ao autodesamor e autoabandono, no qual vive de uma forma inadequada.
A reflexão gera o discernimento necessário para a escolha consciencial.
O exercício do autoamor e a escolha consciencial deve ser realizado em sintonia com a virtude do sentimento de liberdade porque a pessoa não deve se pressionar para tomar essa decisão, porque, caso contrário, haverá um boicote subconsciente à sua decisão.
Outro passo importante é a pessoa assumir a responsabilidade tanto pelo problema quanto pela solução.
Para isso a pessoa é convidada(o) a exercitar a virtude do sentimento de aprendiz para aprender com as experiências pelas quais passa, exercitando também a humildade e a mansidão para acolher-se com as limitações que tem amorosamente, aceitando-as como algo transitório a ser gradualmente transformado.
Com o exercício dessas virtudes a pessoa entrará no ponto de mutação e manterá a sua decisão consciencial de transformar a sua vida para melhor, por meio de esforços continuados, pacientes, perseverantes e disciplinados.
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