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A Educação Consciencial para a Prática Das Virtudes em Terapia, na Família, Educação e nas Organizações Públicas, Privadas e Filantrópicas

Neste artigo, vamos refletir sobre a educação consciencial para a prática das virtudes.

A Psicologia das Virtudes é um instrumento da Psicologia Consciencial e trabalha, fundamentalmente, com a educação consciencial para a prática das virtudes.

A maioria das pessoas hoje em dia, tem vivido em um processo de automatismo, no qual predomina uma ausência de sentido de vida, produzindo uma sociedade doente em todos os sentidos.

As doenças sociais se manifestam por meio da ausência de sentido de vida, do egoísmo, do egocentrismo, da violência, da agressividade e desrespeito ao outro, dentre outros problemas sociais tão comuns, que tem gerado um aumento substancial de doenças emocionais como a depressão, a ideação suicida, a ansiedade generalizada, o transtorno do pânico etc..

Isso tem se refletido na família, nas empresas, nas escolas, universidades, enfim na sociedade como um todo.

Os problemas se avolumam dia a dia, e muitos se sentem impotentes diante de tantas dificuldades que parecem insolúveis.

Outros veem este momento social de forma otimista, uma virtude pouco exercitada na atualidade, onde o pessimismo e o catastrofismo predominam.

Nós do Instituto Brasileiro de Plenitude Humana somos parte desse time de otimistas.

Para isso, desenvolvemos a Psicologia das Virtudes dentro do âmbito da Psicologia Consciencial.

Há uma solução para tudo isso, uma luz no fim do túnel e a solução está na educação, não a educação formal pura e simplesmente, porque essa modalidade de educação está centrada na instrução das pessoas por meio de informações sobre como funcionam as coisas do mundo externo.

Somos convidados a focar em uma educação formadora do caráter do ser humano, ou seja, uma educação centrada na prática dos valores humanos, nas virtudes, na qual a pessoa seja convidada a olhar para dentro, para o seu mundo interior.

Na abordagem da Psicologia Consciencial todos os seres foram criados por amor e para manifestar o Amor Essencial.

Todos trazemos intrinsecamente as virtudes em latência como se fossem pequenas sementes divinas no Ser Essencial que somos e o exercício das virtudes nada mais é do que despertar essa potencialidade latente que existe em todo ser humano.

É a despertar esse potencial que todos somos convidados a começar por nós mesmos.

E a partir de nós estendê-lo por meio da educação para a prática das virtudes aos familiares, em nosso trabalho profissional, trabalho voluntário, enfim em todos os meios da sociedade.

Na família temos a base da sociedade. E nela que se forma o cidadão consciente ou não.

A educação para a prática das virtudes na família tem início na educação dos pais para que estes possam educar os seus filhos para manifestar as virtudes desde a mais tenra idade, pois quanto mais cedo começarmos a exercitar as virtudes mais profunda e factível será a sua prática.

A educação para a prática das virtudes em família pedirá empenho dos pais para conhecerem a dinâmica das virtudes e como incentivá-las em seus filhos, baseados no conceito que todos já trazemos na Essência Divina, como já dissemos, os germes das virtudes e que o grande objetivo da vida é cultivá-las para que possam orientar os seus filhos no dia a dia, reforçando as virtudes e diluindo os sentimentos negativos do ego.

No ambiente psicoterapêutico utiliza-se a terapia das virtudes como instrumento da Psicoterapia Consciencial.

Nesse âmbito o terapeuta utilizará os conhecimentos da Psicologia Consciencial com os seus parâmetros, para, por meio da técnica do diálogo terapêutico e outras técnicas, educar o paciente de forma consciencial para que ele aprenda a dissolver os seus bloqueios egoicos, geradores de doenças emocionais e físicas, por meio da prática das virtudes essenciais.

No ambiente educacional a Psicologia das Virtudes tem muito a contribuir com os educadores para que eles possam compreender como funciona o psiquismo humano na abordagem da psicologia consciencial para buscarem educar, ou seja, conforme indica a origem da palavra educar em latim educare, que significa extrair de dentro.

Os educadores são convidados a extrair o melhor que têm em si para poderem extrair o melhor de seus alunos em qualquer nível em que estejam.

Conhecer toda a dinâmica da Psicologia das Virtudes favorecerá ao educador fomentar os valores humanos para os seus alunos, não apenas no ensino formal, mas principalmente na forma como repassam esses ensinos.

Nas organizações publicas e privadas os valores humanos são enaltecidos nos planos estratégicos dessas instituições, mas raramente são praticados no dia a dia.

A prática das virtudes será fundamental para criar uma nova cultura e clima organizacional centrada em valores como o amor, a compaixão, a gratidão, a gentileza…

Nas organizações filantrópicas normalmente já se lida com os valores humanos, mas percebe-se que isso está mais nas formalidades e no intelecto do que no sentimento das pessoas.

Isso acontece porque muitas pessoas buscam a organizações filantrópicas, sejam estas religiosas ou não, com um sentimento de obrigação, resultante de uma culpa intrínseca, subconsciente, pelas desigualdades sociais, e isso as leva a reagirem realizando ações de filantropia para o próximo.

Contudo, como isso acontece por obrigação, não há um acesso à lei de liberdade, que nos convida a exercitar duas virtudes: o sentimento de liberdade e o discernimento, de modo que a cumpramos em nossa intimidade.

Ao agir assim, acabam por fazer o trabalho voluntário, como um mecanismo de fuga do ego, e não como um processo de autoconsciência e real compaixão pelo próximo.

O convite que fazemos é tornar as organizações filantrópicas locais onde as virtudes são praticadas como um esforço coletivo, no qual todos se empenham no limite de suas forças para sentirem aquilo que já sabem que é importante, tais como o amor ao próximo, a compaixão, a gratidão o perdão etc.

Outra questão importante no que tange a educação consciencial para a prática das virtudes é a reclamação que muitas pessoas fazem sobre uma suposta incapacidade de vivenciar as virtudes.

Dizem que não são capazes de agir com base nas virtudes que sabem ser importantes, mas que não conseguem vivenciá-las.

Essa reclamação se deve ao fato da pessoa pensar que as virtudes devem já estar prontas dentro de si mesmas para que elas possam praticá-las.

Fazem isso na maioria das vezes por pensarem em pessoas muito virtuosas e se sentem incapazes de serem como essas pessoas que elas admiram, mas percebem uma impotência em fazer o mesmo.

Pensam em termos da totalidade da virtude e não em um processo de construção gradativa.

Isso é tão verdade que as pessoas dizem frases do tipo: para lidar com tal questão é preciso muito amor, ou muita humildade, ou muita paciência, etc.

Mas, eu pergunto a você: como é possível ter muita paciência, sem começar exercitá-la aos poucos?

Somente com exercícios continuados é que podemos desenvolver muita virtude, que vai ser a somatória de um pouco a cada dia.

Portanto, dentro do processo de educação consciencial para a prática das virtudes é imperioso afirmar que elas não estão prontas, mas são cultivadas dentro de nós como você cultiva uma semente de uma árvore frutífera.

Somos convidados a cultivar um grande pomar em nosso coração: o pomar das virtudes.

Para desenvolver as virtudes, somos convidados a passar por três etapas: a identificação essencial, o autoacolhimento afetuoso e o exercício efetivo.

Reflitamos sobre cada etapa:

1ª. Etapa – identificação essencial: o primeiro passo no desenvolvimento das virtudes é reconhecer que elas já existem em nós em estado de latência no ser essencial que somos e que é pelo exercício delas que transmutamos os sentimentos negativos do ego e os pseudopositivos que temos.

Este reconhecimento é fundamental, pois, muitas vezes, acreditamos que as virtudes estão muito distantes de nós e que o seu desenvolvimento representa uma utopia.

Porém, essa ideia não é real.

O que é real é que já trazemos todas as virtudes latentes.

Essa é a nossa verdadeira natureza.

O ego, com seus desejos e mascaramentos, é apenas um processo transitório em nós, a ser transformado gradualmente.

Portanto, quando sentimos vontade de desenvolver determinada virtude como a serenidade para nos libertarmos da ansiedade, é importante lembrar que o primeiro passo é se identificar com essa virtude que já existe dentro de nós.

Muitas vezes, já a começamos desenvolver ou não.

Utilizando a analogia da semente, para determinada virtude ela já pode ter germinado e estar como um pequeno arbusto, outra virtude ainda está na forma de semente, em outra a plantinha acabou de germinar, enfim, as várias possibilidades existem em você, aguardando o cultivo.

O que importa é saber que você já traz todas essas virtudes dentro do núcleo mais profundo do seu ser, como sementes divinas esperando que você as cultive.

Identificar-se com essa realidade é fundamental.

2ª. Etapa – autoacolhimento afetuoso: sentir afeto por si mesmo e pela virtude em desenvolvimento por meio do autoacolhimento constante, evitando se julgar e se condenar ao reconhecer os sentimentos egoicos evidentes e mascarados se manifestando.

Esses sentimentos somente representam o não exercício da virtude correspondente.

Por isso, nos acolher mesmo quando percebemos que estamos fazendo escolhas egoicas, é fundamental.

É muito comum as pessoas se rejeitarem quando percebem as suas escolhas equivocadas, mas não é assim que vai acontecer a transformação.

Quando nos rejeitamos, acabamos por desenvolver um mascaramento dos sentimentos egoicos, produzindo pseudovirtudes e não a verdadeira autotransformação, que é feito pelo exercício das virtudes.

Somente nos acolhendo incondicionalmente é que iremos tomar a decisão de mudar as nossas escolhas, fazendo a escolha consciencial de desenvolver as virtudes.

3ª. Etapa – exercício efetivo: a terceira etapa do desenvolvimento das virtudes constitui-se no exercício gradual das virtudes no dia a dia por meio do esforço de autoconhecimento, autodomínio e autotransformação, sabendo que o processo de transmutação dos sentimentos egoicos por meio do exercício das virtudes deve ser gradativo e suave.

Por isso, o desenvolvimento das virtudes é algo que acontecerá aos poucos, requerendo um esforço continuado, paciente, perseverante e disciplinado como o cultivo de uma árvore frutífera pede.

Nas várias experiências em que um sentimento egoico se manifestar, você é convidado a exercitar a virtude que o transmuta.

Nesse esforço, às vezes você não consegue praticar a virtude, outras vezes consegue parcialmente e em outras pode conseguir diluir o sentimento egoico que se manifestou naquele momento, mas que não impede que ele se manifeste em outra ocasião, porque a total transformação leva tempo.

Qualquer que seja o resultado, é fundamental que você continue o acolhimento afetuoso da fase anterior todas as vezes em que não conseguir exercitar a virtude ou quando o fizer parcialmente, pois o processo de mudança é assim mesmo, realizado de uma forma gradual, com suavidade e leveza.

A verdadeira transformação não acontece de forma abrupta, mas gradual.

Se for abrupta você não estará, de fato, desenvolvendo as virtudes, mas as pseudovirtudes da face mascarada do ego.

Portanto, lembremos sempre que o exercício das virtudes deve ser um contínuo em nossas vidas.

P.S. Se você quer conhecer mais sobre as virtudes e o processo psicodinâmico de centenas virtudes; sobre como exercitá-las de uma forma bastante prática, participe do CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA DAS VIRTUDES.

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