As crenças e as atitudes da minha mãe me impedem de tomar decisões?
No artigo anterior começamos a refletir sobre a história de vida de Heloísa que repete padrões de educação que recebia da mãe, os quais detesta porque repete de uma forma subconsciente o modelo familiar herdado de sua mãe.
Esse modelo provém do sistema de crenças familiar. Por exemplo, quando Heloísa na fase da segunda infância e adolescência repetia para si e para os outros que quando tivesse os seus filhos nunca faria com eles o que a sua mãe fazia, estava tentando se livrar do padrão familiar, mas na verdade apenas fixava mais o padrão familiar, que se tornou automático no seu modo de ser e, por isso, repete o mesmo com suas filhos.
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Em família, o conjunto de crenças forma o modelo dos padrões de conduta dessas pessoas. Essas crenças formam a visão de mundo particular daquela família. É o que acontece com Heloísa e sua família, na qual repete o modelo dos padrões de conduta de sua mãe, que por sua vez repetiu de sua avó…
O sistema de crenças pode ser, portanto, individual e familiar. As crenças familiares são transmitidas dos pais aos filhos. Exemplo: Racismo. Pessoas de tal raça são de má índole, simplesmente por serem negras, judias ou de outra raça. Transmite-se o preconceito de geração para geração, até que alguém resolva ressignificar essa crença.
O nosso sistema de crenças gera sentimentos. Tudo aquilo que pensamos sobre as pessoas, sobre o mundo, imediatamente cria em nós sentimentos, e estes geram uma emoção. As emoções, nada mais são que expressões viscerais daquilo que sentimos. Em outras palavras, sentimentos que são expressos pelo corpo.
Quando falamos de ódio, estamos falando de sentimento. Quando falamos de emoção, de ódio, estamos sentindo as sensações do ódio, porque uma pessoa não sente ódio como uma abstração. O sentimento do ódio gera, no corpo físico esta sensação. Os órgãos, como o coração e o estômago, entram em um intenso desequilíbrio. Podemos dizer que todo o nosso Ser sente ódio, produzindo alterações energéticas, fluídicas e físicas.
Da mesma forma, o sentimento de amor irá se manifestar pela emoção e sensação amorosa que acalma, pacifica, asserena, gerando grandes benefícios energéticos e no corpo físico.
As crenças geram Sentimentos
Cada situação que trazemos como crença, vai gerar um determinado sentimento. Uma criança que é estimulada negativamente pelo pai ou pela mãe – que diz para ela que é burra, uma incapacitada mental, que nunca será nada na vida –, irá gerar uma baixa autoestima, uma insegurança muito grande, uma falta de confiança, ou seja, sentimentos extremamente negativos, que vão perturbar a sua vida.
Os sentimentos e emoções geram comportamentos, a forma como nos conduzimos diante de determinadas situações. Nós nos comportamos através de atitudes e ações que realizamos no mundo objetivo. A pessoa que é desestimulada cria um sistema de crenças de identidade do tipo: Eu sou burra, sou incapaz, eu não consigo fazer nada certo. O que vai acontecer? Ela passa a ter uma autoestima muito diminuída, uma falta de autoconfiança muito grande, torna-se extremamente insegura, levando-a a ter atitudes negativas, passando a ver o mundo como um lugar hostil.
Comportamentos e atitudes produzem resultados. Esses resultados são produzidos por essas situações. A cada resultado negativo, o que acontece? Reforça a crença. Cada vez que alguma coisa der errado, ela dirá assim: Está vendo! Comigo é assim! Nada que eu faço dá certo. Tudo que eu faço é ruim, eu não presto mesmo. Cada resultado negativo reforça as crenças e padrões que ela aprendeu em família, formando um círculo vicioso.
Se quisermos transformar determinados preconceitos e crenças que trazemos, para não perpetuar nas famílias que construímos, somos convidados a mudar o modelo familiar que herdamos. Para produzir sentimentos, comportamentos e resultados positivos, formando um círculo virtuoso, necessitaremos transformar as nossas crenças limitadoras. Isso acontece pela ressignificação de crenças e pela prática das virtudes. Cada crença trabalhada nos liberta, gerando resultados positivos, que ampliam a nossa capacidade de criar novos modelos.
Com a criação desses novos modelos, tendemos a melhorar cada vez mais. Esses benefícios vão se ampliando e, aí, trocamos o círculo vicioso, pelo virtuoso, no qual estaremos sempre desenvolvendo novos valores, padrões de maior equilíbrio, ao invés de ficar repetindo modelos desequilibrados que herdamos de nossos pais, que herdaram de nossos avós etc.
Se não mudarmos o modelo dos padrões da família de origem, vamos mantê-lo indefinidamente, até que alguém resolva modificá-lo. O padrão dos nossos avós, que passaram para nossos pais, já é uma repetição do que eles receberam de nossos bisavós, e que agora estamos vivenciando. Portanto, para não passar para a próxima geração, é fundamental que comecemos a transformá-los.
No próximo artigo sobre este tema veremos como fazer para mudar o padrão de crenças gerador do modelo familiar.
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