Como se libertar da dúvida
Neste artigo sobre Psicologia Consciencial continuaremos a refletir sobre a fé.
Para nos sentirmos seguros, o primeiro passo é raciocinar sobre a presença amorosa de Deus no Universo.
Para exemplificar, reflitamos sobre a visão científica materialista da vida, que diz que tudo surgiu por acaso, a partir da agregação da matéria.
O Universo inteiro, o nosso planeta, os seres humanos, os demais seres vivos, enfim, tudo o que existe surgiu da explosão de uma matéria preexistente (teoria do Big Bang), sem que uma causa inteligente a comandasse.
Essa teoria parece muito racional para quem nega a existência de Deus.
Façamos uma reflexão sobre essa teoria para demonstrar o quanto ela é irracional, irrefletida e intelectualizada, perguntando: será ela inteligente ao dispensar a ideia de um Criador organizando tudo, como pensam os cientistas materialistas?
Para responder, façamos um raciocínio simples: imaginemos uma flor feita de tecido de microfibra, proveniente de petróleo, daquelas tão perfeitas, em termos de design, que precisamos tocar para notar que é falsa.
Suponhamos que essa flor surgiu desta forma: um dia, quando as moléculas de petróleo não tinham nada para fazer, elas simplesmente se uniram por acaso, umas com as outras, simplesmente pela força da agregação molecular, e se transformaram nessa flor.
Alguém, em sã consciência, aceitaria uma teoria dessas?
É claro que não! Todos sabemos que essa flor é o efeito inteligente de uma causa inteligente.
Um ser humano, primeiramente, descobriu que era possível fazer tecidos de petróleo, a partir de uma complexa manipulação das moléculas, transformando-as em fios e, depois, em tecidos.
A partir daí, alguém pensou em fazer flores com esses tecidos.
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Desenhou, tendo como modelo as flores naturais, e enviou o projeto para as indústrias que passaram a produzir as flores aos milhões, para ornamentação de todo tipo de ambiente.
Entretanto, a ciência materialista diz que todos os seres vivos na Terra, inclusive os humanos, surgiram por acaso de uma sopa de matéria orgânica primitiva que havia nos oceanos, que, por sua vez, surgiram de descargas elétricas fortuitas em materiais inorgânicos provenientes do Big Bang.
Diz a teoria que assim surgiram os primeiros seres unicelulares, que se uniram e formaram os pluricelulares até chegarem à formação dos seres humanos em milhões de anos de evolução.
Tudo por acaso, simplesmente pela agregação casual da matéria, sem uma inteligência superior comandando tudo.
Será que crer nisso é mais inteligente do que crer que as moléculas de petróleo se transformaram, por acaso, em uma flor sem vida?
Uma sopa de matéria orgânica se tornaria uma rosa delicada e perfumada, cheia de vida, ou uma pessoa que é capaz de sentir, de pensar, inclusive de criar a própria flor artificial?
Como poderia ser tudo isso fruto da agregação ocasional da matéria, à revelia de uma causa inteligente?
Tais crenças chocam a razão e o bom-senso, pois tudo o que há no Universo denota ser um efeito inteligente de uma causa inteligente.
Com base nessas reflexões, dizemos que as teorias daqueles que querem negar a existência de um Criador, causa inteligente de todas as coisas, são irracionais, irrefletidas e intelectualizadas e apenas parecem racionais.
Os cientistas que as mantêm são tão dogmáticos que recusam todas as evidências que os fariam mudar de ideia.
Eles nutrem, assim, a dúvida existencial, que ora estudamos.
Não somente os cientistas intelectualizam a dúvida, mas todos aqueles que querem provas materiais para o que não é material, e sim espiritual.
Mesmo diante de provas, permanecem se negando a raciocinar e refletir, optando por continuar nutrindo um intelectualismo vazio.
Aqueles que creem a partir de uma fé cega dogmática encontram-se nesse mesmo patamar, negando sistematicamente, por falta de raciocínio e reflexão, as leis de Deus que dão sentido a tudo que existe no Universo, como as leis da reencarnação e de causa e efeito.
Aceitam como verdade incontestável, por exemplo, o criacionismo bíblico, que, na realidade, é apenas um símbolo da criação divina.
Tal crença repugna a razão, constituindo-se em uma das causas pelas quais a ciência se afastou da religião.
De fato, acreditar no criacionismo, desprezando todas as provas científicas da evolução, também é abrir campo à dúvida irracional, irrefletida e intelectualizada.
A razão nos diz que realmente a vida surgiu nos oceanos primitivos, e que por um processo lento de seleção natural chegamos à maravilhosa gama de seres vivos que temos hoje em nosso planeta.
Porém, tudo isso é efeito de uma causa Inteligente, a que denominamos Deus, que não é um velhinho governando o mundo de um céu hipotético, mas o Arquétipo Primordial que criou todo o Universo.
O raciocínio e a reflexão lógica nos confirmam isso.
A partir disso, somos convidados a refletir sobre os efeitos disso tudo, para sentir Deus no coração, pois que Ele nos ama e tudo provê, não havendo um único ser, por mais ínfimo, abandonado no Universo.
Para saber tudo isso, são necessários estudos e raciocínios a respeito da própria vida, como fizemos acima.
Para sentir, todavia, é necessário, além dos esforços de reflexão, muito trabalho de autoconhecimento e conhecimento da verdade.
Por isso é que o número de ateus, que não querem raciocinar nem refletir sobre a vida, é muito grande, bem como o de crentes que desconfiam de Deus e da vida.
A todos falta reflexão.
Para desenvolvermos, enfim, a segurança existencial, é fundamental nos vermos como filhos de Deus e aprendizes da vida, educando-nos com as várias experiências da vida.
A dúvida é o combate entre aquilo que se percebe e se deveria fazer e aquilo que não se está disposto a realizar.
Então, essa dúvida paira no indivíduo que não raciocina a partir do código moral de leis. E, por isso, os seus propósitos são egoicos.
Sem pureza de propósitos, as crenças e os valores de um indivíduo são insuficientes para responder a todas as questões da vida, resultando em aflições e angústias.
Esse estado produz, na verdade, uma couraça de dúvidas, da qual a pessoa não consegue se libertar, porque até mesmo a fé – dogmática, no caso – não raciocinada e não refletida, ou a ausência dela, tem por base ideologias passageiras e transitórias.
Devido a essa desconexão com a própria consciência, o indivíduo age com a intenção de poder colocar as suas ideias e preconceitos contra a harmonia das leis de Deus, parecendo considerar toda a criação divina e o universo como um tabuleiro.
O indivíduo realmente acredita poder mexer as peças por conta própria, mas se encontra em processo de fuga das questões existenciais da vida.
Entretanto, como o indivíduo não pode fugir de si mesmo e das consequências de seus atos, nem pode parar a linha do tempo e do espaço da evolução, que acontece pela vontade de Deus, ele aprofunda o combate ao código moral de leis ínsito em si mesmo.
Como esse combate não pode ser real, porque nenhuma criatura consegue atingir verdadeiramente as leis de Deus em momento algum, o processo se inverte num mecanismo reacional ao próprio código moral, fazendo com que o indivíduo entre cada vez mais no processo da dúvida.
A fé tem origem na sintonia profunda com o código moral de leis, procedimento no qual o indivíduo se conecta profundamente com o Ser Essencial que ele é, com o amor divino ínsito em si e, consequentemente, com Deus.
A causa da fé é a segurança existencial, proporcionada pela aceitação do indivíduo de que ele é um espírito imortal, do sentimento de filiação divina e do sentimento de aprendiz, em sintonia com as leis de Deus.
Isso produz no Ser a confiança em si mesmo, na vida e em Deus, disso resultando a pureza de propósito.
Resumindo: ter segurança existencial é confiar que somos criaturas em processo de evolução protegidas por uma Grande Energia Amorosa.
Não estamos jogados no universo vivenciando uma vida sem sentido; temos uma destinação: a luz, o bem, o bom, o belo, a harmonia, o equilíbrio etc.
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