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A importância dos estudos sobre reencarnação para a psicologia consciencial

A reencarnação é um fenômeno que tem sido estudado por pesquisadores do mundo inteiro.

As pesquisas sobre esse tema acontecem em duas áreas distintas; uma na qual se pesquisam casos de lembranças de vidas anteriores, geralmente em crianças, e outra na qual se busca pesquisar a reencarnação com objetivos terapêuticos, por meio da técnica de regressão de memória a vidas passadas.

No primeiro grupo, destacamos o Dr. Ian Stevenson, médico psiquiatra, professor do Departamento de Psiquiatria e Ciências Neurocomportamentais da Universidade de Virginia – EUA. Ele é um grande estudioso de lembranças de crianças a respeito de suas vidas passadas. Coletou durante os anos de pesquisa mais de 1.700 casos de crianças que afirmam ter lembranças claras de uma vida anterior à presente.

A investigação meticulosa feita pelo Dr. Stevenson sobre os 20 casos mais convincentes, publicados no livro Vinte casos sugestivos de reencarnação, demonstrou que eles são verdadeiros. A pessoa estudada realmente viveu, morreu e reencarnou.

Outro grande pesquisador é o Dr. Jim B. Tucker, médico psiquiatra da mesma universidade, continuador do trabalho de Ian Stevenson, que escreveu várias obras, destacando-se Vida antes da vida.

Outros pesquisadores que trabalham com a reencarnação, o Dr. H. N. Banerjee, também médico psiquiatra, autor do livro Vida pretérita e futura Um impressionante estudo sobre a reencarnação, e a Dra. Helen Wambach, PhD em psicologia, autora do livro Reliving past lifes: The evidence under hipnosis (Revivendo vidas passadas – A evidência sob hipnose, tradução livre).

A Dra. Helen Wambach era também cética quanto à reencarnação e outras questões de ordem espiritual até que ela própria passou por uma regressão espontânea quando esteve em uma biblioteca de uma cidade histórica dos EUA, onde encontrou um livro que teve a nítida impressão que tinha lhe pertencido. A partir dessa experiência transpessoal, ela passou a refletir que “havia inúmeros mistérios ainda não resolvidos”. Passou, apesar do ceticismo que ainda sentia, a formular para si mesma uma pergunta digna de uma verdadeira cientista: “Seria minha experiência pura fantasia ou refletia uma realidade de que eu nunca suspeitara antes?”. Se todos os cientistas agissem assim, o materialismo já teria se dissolvido na Terra.

Com base nessa pergunta, ela, então, elaborou uma pesquisa que durou 10 anos, utilizando mais de mil e duzentas pessoas, que, submetidas à regressão hipnótica a diferentes épocas da humanidade e em diferentes regiões do planeta, bem como em situações diversas como experiências de morte em existências anteriores e sobre o motivo pelo qual reencarnaram, produziram 1.100 relatos nos quais trouxeram uma infinidade de dados que evidenciam que realmente viveram várias vezes.

A Dra. Wambach usou em seus experimentos a hipnose em grupos de pessoas, hipnotizando-os ao mesmo tempo. Utilizou dois critérios para as sugestões hipnóticas: a temporal e a geográfica. Uma vez hipnotizados, fazia com que voltassem a determinados períodos de tempo e lugares.

Em relação ao tempo, ela oferecia a seus pacientes hipnotizados datas no passado, pedindo-lhes para optar por aquela que lhes oferecesse as imagens mais nítidas e claras. Em relação aos lugares, pedia-lhes para visualizarem um mapa-múndi e lhes dizia que se sentiriam especialmente atraídos por determinado local. A partir daí, formulava uma série de perguntas a respeito do que viveram. Vejamos o relato da Dra. Wambach no livro Recordando Vidas Passadas:

Elaborei uma série de questões que ajudaria meus sujeitos a se localizarem e que serviria também para verificar a autenticidade de suas recordações. Perguntava-lhes a cor de sua pele, se o cabelo era crespo ou liso e qual era a cor e também lhes questionava quanto ao clima e à paisagem que os rodeava. Meu objetivo era verificar se a raça descrita era apropriada para o local que haviam determinado e se o clima e a geografia correspondiam ao que conhecemos da região.

Queria obter o tipo de informação que eu pudesse verificar em textos de arqueologia e registros históricos. Pedi a meus sujeitos para visualizarem o alimento que estavam comendo… porque existem inúmeros registros de gêneros alimentícios para cada período e local. Também pedi a eles que descrevessem os talheres e os utensílios domésticos que utilizavam, pois isso poderia também ser verificado.

Decidi pedir aos sujeitos para irem até o mercado e comprar suprimentos, descrevendo tanto o local como os suprimentos propriamente ditos. A moeda também representa um fator importante para identificação de períodos e lugares no passado e, portanto, pedi também que visualizassem o dinheiro que utilizaram em suas transações.

Outros pontos passíveis de verificação foram a arquitetura e o vestuário, incluindo calçados. Não apenas pude verificar se as roupas descritas se encaixavam com os dados históricos, como também pude checar se outras pessoas naquele mesmo período e no mesmo lugar usavam o mesmo tipo de vestuário[1].

Uma das críticas às regressões de memória é que elas são fantasias que as pessoas criam com base em livros que leram ou filmes que assistiram. A Dra. Wambach afirma que não se pode deixar de considerar a possibilidade de que aquilo que a pessoa apresentou foi uma vida fantasiada baseada no conhecimento normalmente adquirido sobre determinado período e lugar.

Os dados coligidos pela Dra. Helen Wambach são muito significativos quanto às raças, aos objetos utilizados, à alimentação, às vestimentas. Há detalhes que demonstram que as pessoas não tinham como estar fantasiando.

Os relatos obtidos pela Dra. Wambach, da forma como ela pesquisou, a partir de centenas de pessoas que afirmaram durante a regressão estarem vivendo num determinado período e em um lugar específico, tendo todas elas declarado os mesmos detalhes pouco conhecidos de uma vida cotidiana na época e no lugar descritos, e que somente depois de compilados os dados é que foram descobertos os pontos em comum. Não é possível explicar isso como fantasia, porquanto como seria possível que centenas de pessoas tivessem a mesma fantasia?

Outro dado interessante é quanto à porcentagem dos sexos. Uma pesquisa realizada com norte-americanos mostra que a maioria das pessoas, se pudesse escolher, preferia ser branca e do sexo masculino. Desta forma, se as existências reportadas são o produto de fantasias, então era de esperar a predominância de relatos masculinos. Todavia, não foi isso que se obteve. Apesar de que a maioria dos pacientes da Dra. Wambach fosse branca, a grande maioria relatou vidas passadas como pessoas de raça e sexo diferentes daqueles da vida atual. É um dado biológico que, através da história da humanidade, aproximadamente metade da população tenha sido masculina e a outra metade, feminina, como acontece em toda população de seres vivos. Portanto, se a regressão reflete de fato a realidade, deveríamos esperar obter uma divisão igualitária no número das vidas de homens e mulheres, em virtude do tamanho da amostragem obtida através da regressão. E, realmente, isso foi comprovado! Das 1.200 vidas passadas relatadas, 49,4% foram de mulheres e 50,6% foram de homens.

Vejamos o relato da Dra. Helen Wambach na introdução de seu livro:

Foram-me precisos dez anos e mais de duas mil sessões de regressão hipnótica para encontrar uma resposta a essa pergunta[2]. Quando tracei a linha final do meu gráfico acerca da “Distribuição do sexo nos períodos de tempos passados”, para o meu segundo estudo, meu estudo de replicação de 350 casos (minha amostra original constava de 850) a resposta apresentou-se nitidamente esboçada e expressa na forma numérica que me pareceu mais persuasiva. Meus sujeitos dividiam-se em 49,4% de vidas vividas como mulheres e 50,6% de vidas vividas como homens – o que representava um fato biológico ocorrido em épocas anteriores. Esses sujeitos não poderiam ter chegado a tal resultado por telepatia, fantasia ou mero acaso. A rememoração de uma vida pregressa refletia com exatidão o passado[3].

Em outro momento do livro, a Dra. Helen Wambach diz:

A despeito do sexo na vida atual, sempre que voltavam ao passado, meus pacientes se dividiam exatamente em 50,3 por cento de vidas como homens e 49,7 por cento de vidas como mulheres. Quando surgiu este dado em meu primeiro grupo de amostragem, eu queria muito verificar se conseguiria comprová-lo num outro grupo. […] Assim, no segundo grupo de 350 casos, obtive uma relação de homens e mulheres muito próxima da realidade de suas vidas presentes; 45 por cento de meus pacientes foram homens no segundo grupo de amostragem e 55 por cento foram mulheres. Porém, ao envia-los novamente para uma vida passada pela regressão, descobri outra vez a divisão aproximada de 50 por cento cada, agora com a percentagem de 50,9 de homens e 49,1 de mulheres. Considero este resultado a prova mais objetiva que consegui descobrir de que sempre que as pessoas são hipnotizadas e levadas às vidas passadas, extraem algumas informações reais sobre o passado[4].

Muito interessantes esses dados da pesquisa da Dra. Wambach, pois, baseados em nossa própria experiência com regressão de memória a existências anteriores com objetivo terapêutico, sabemos que o Ser Essencial não tem sexo, podendo reencarnar tanto no sexo masculino quanto no feminino, dependendo das necessidades que deverá lidar na existência programada.

Uma das conclusões mais significativas das pesquisas da Dra. Wambach é a respeito do motivo e de que forma as pessoas hipnotizadas renasceram na atual existência. Ela fez a pergunta: por que você está nascendo? a 402 indivíduos em regressão hipnótica para saber a respeito dos processos que os conduziram às suas vidas atuais. Vejamos o seu relato seguido de relatos dos próprios pacientes hipnotizados publicados no livro Vida antes da Vida:

Por que você está nascendo?

A grande maioria… disse que havia tomado a decisão de nascer com base no aconselhamento feito por outras entidades durante o período entre vidas. Estas entidades foram descritas às vezes como mestres, guias ou gurus, porém mais frequentemente como amigos e um grupo de espíritos aparentados.

Um deles… reportou: “É um grupo muito grande… Estamos todos trabalhando juntos… Alguns irão experienciar a vida na incorporação física – cerca de um terço de todos nós –, enquanto os outros não irão nascer desta vez”.

Outro disse: “Minha mãe foi minha irmã, e meu pai foi meu filho antes”.

Outro disse: “Minha mãe foi minha irmã numa vida passada e meu pai foi um amante. Meu primeiro filho foi meu avô numa de minhas vidas, meu segundo filho foi meu pai e minha primeira filha foi uma amiga. Minha segunda filha, conforme vi claramente; foi minha mãe numa de minhas vidas passadas”.

“Minha filha é uma grande amiga minha de uma outra vida. Sinto que… o bebê que ela vai ter será outra grande amiga.”

“Vi o porquê de ter nascido, escolhido meus pais. Era para ajudá-los em… seus carmas.”

“Esta vida parecia muito opressiva. Cheguei aqui com muitos fardos para serem resolvidos, especialmente… com minha mãe. Preciso aprender a amá-los, a me doar para eles, para toda minha família. Um de meus desafios era o de ter de ser dependente de minha mãe.”

“Esta vida é um teste, um desafio; estou deliberadamente estabelecendo um contexto para aprender aquilo que desejo saber.”

“Meu propósito é o de oferecer amor da maneira mais completa e desprendida possível em qualquer situação em que me encontre.”

“Esta será minha vida transcendente, na qual poderei conhecer tanto a realidade física como a não física enquanto estiver neste corpo.”

“Tenho a energia para fazê-lo e… posso aceitar os desafios. Preciso desenvolver minhas forças estando vivo dentro de um corpo.”[5]

A Dra. Helen Wambach identificou vários motivos, sendo os mais comuns: terminar tarefas iniciadas em reencarnações anteriores; corrigir erros cometidos no passado; desenvolver-se interiormente e espiritualmente; e aprender a amar, libertando-se do apego; desenvolver virtudes como humildade, compaixão, amor etc… Essas conclusões são muito interessantes e são semelhantes às que chegou o Dr. Joel Whitton, médico psiquiatra, professor da Universidade de Toronto no Canadá, com as suas pesquisas feitas com pacientes em terapia regressiva, autor do livro Vida – transição – vida: explorações científicas no tempo de transição entre uma encarnação e outra.

Esses estudos são muito importantes porque atestam a existência da lei da reencarnação, fundamental para entendermos a visão consciencial da vida.

[1] WAMBACH, H. Recordando vidas passadas. São Paulo: Pensamento, 1978, 72,73

[2] Ela se refere à pergunta colocada acima: “Seria minha experiência pura fantasia ou refletia uma realidade de que eu nunca suspeitara antes?”.

[3] Ibidem, p.2.

[4] Ibidem, p.105,106.

[5] Wambach, Helen. Vida antes da vida. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1988.

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