3 dicas simples para solucionar conflitos no casamento
Em nossos artigos anteriores refletimos sobre os conflitos no relacionamento conjugal entre Alice e Alberto. Abordamos que para superar esses conflitos Alice e Alberto são convidados a desenvolver duas técnicas: o silêncio proativo e o diálogo proativo. Neste artigo, continuaremos a refletir sobre como realizar o diálogo proativo.
- O uso de linguagem exaltada – o pior momento para se tentar um diálogo é quando um ou ambos os cônjuges estão exaltados, com raiva por algum motivo. Nesses momentos a comunicação tende a ser emocionalmente intensa e negativa, levando o parceiro/a a reagir agressivamente, ampliando as divergências. Nesse momento o cônjuge que quer manter a relação saudável é convidado a fazer o silêncio proativo, conforme já refletimos no primeiro artigo sobre este tema.
É fundamental aguardar um momento propício para o diálogo, no qual ambos estejam com os ânimos asserenados. Poucos casais fazem isso, produzindo muitos conflitos desnecessários.
· Fazer acusações – são processos nos quais transferimos para o cônjuge a responsabilidade por sentimentos que são nossos.
São expressados da seguinte forma: Você me faz sentir um imbecil quando age de tal maneira… Você me deixa com raiva quando fala desse modo…
Expressar sentimentos dessa forma é totalmente inadequado, porque produz no outro, quase sempre, uma resposta defensiva, agravando os conflitos.
Leia também os demais artigos dessa série: Conflitos no casamento: como solucionar
Como desenvolver uma conversa amigável nos conflitos de relacionamento
Como dissemos em nosso artigo anterior, ninguém tem o poder de gerar sentimentos em nós, portanto, em vez de acusar o seu cônjuge, expresse os sentimentos claramente, dizendo: Eu me sinto um imbecil quando você age dessa forma… Eu sinto raiva quando você fala desse modo… gostaria que você evitasse falar assim.
- Atitude invasiva – No relacionamento conjugal todo cuidado deve ser tomado para se preservar a individualidade dos cônjuges. É muito comum o movimento de invadir a individualidade do outro, por meio de expressões verbais, que mesmo tendo uma intenção positiva, tem uma direção totalmente equivocada.
Reflitamos sobre as formas mais comuns de atitudes invasivas, que geram muitos conflitos totalmente evitáveis, se ficarmos atentos a elas e as ressignificarmos:
1 – Ler pensamentos e sentimentos – falas do tipo: nem precisa falar já sei o que você está pensando ou o que você está sentindo… Você está zangado por causa de tal coisa que eu fiz… são invasivas porque fazem inferências que nem sempre correspondem a realidade. Somos convidados a proferir falas inclusivas do tipo: Gostaria que você expressasse o que está pensando e sentindo… Vamos refletir sobre isso? Estou percebendo que você está zangado, é isso mesmo? O que aconteceu? Você quer falar sobre isso?
2 – Rotular, criticando – falas acusatórias nas quais rotulamos, criticando o cônjuge são profundamente invasivas. Por exemplo: você é uma pessoa insensível, egoísta. Você é um homem agressivo, está sempre de mal humor. Você é uma mulher fútil, superficial e egoísta, nunca presta atenção nas minhas necessidades. Falas assim nas quais confundimos a pessoa com o seu comportamento e a acusamos devido a isso são muito agressivas e somente agravam os conflitos.
Evite fazer comentários negativos ou acusar. Esta atitude leva a confundir um possível movimento egoico com a essência da pessoa. Nos exemplos acima, é melhor dizer: eu percebo nesse seu comportamento uma certa insensibilidade e egoísmo; vamos refletir sobre isso? Eu sinto nesse seu comportamento uma agressividade; vamos dialogar sobre isso? Sinto que você não tem prestado atenção em minhas necessidades e isso me deixa angustiado. Gostaria de conversar sobre isso para aprofundar o nosso relacionamento. Pode ser para você?
3 – Ordenar o que cônjuge tem que fazer – esse um dos piores tipos de invasão emocional. Ninguém gosta de receber ordens em um relacionamento conjugal. A relação conjugal é de nível horizontal, de igual para igual. Nas relações verticais como a de chefe e empregado já é delicado receber ordens, imaginemos o quanto é desgastante em uma relação horizontal, como a conjugal.
Quando agimos assim estamos desrespeitando uma lei básica da vida, que é a lei de liberdade, no relacionamento interpessoal.
Falas do tipo: Você tem que ser mais cuidadoso(a). Você tem que ser mais calmo(a) quando faz as coisas dentro de casa. Você não pode agir assim dessa forma grosseira comigo. Você é uma pessoa muito raivosa, tem que parar com isso, somente geram uma reação no outro cônjuge.
Essa comunicação agressiva deve ser substituída por falas respeitosas e inclusivas, que respeitem a lei de liberdade. É fundamental que o outro é livre para fazer as suas escolhas e não é uma ordem nossa que vai fazê-lo agir, ao contrário a tendência é que outro reaja e aprofunde o problema. O cônjuge que observa as limitações deve sugerir amorosamente pontos para que o outro possa refletir.
Vejamos nos exemplos acima como seria o diálogo proativo: Sugiro que você seja mais cuidadoso(a) tomando a iniciativa de agir quando necessário; vamos conversar sobre isso? Sugiro que você aja com mais calma quando faz as coisas dentro de casa. Quando você age dessa forma grosseira comigo eu me sinto mal, gostaria que você refletisse sobre isso e agisse de outra forma. Sinto que você tem agido com muita raiva ultimamente, isso tem dificultado o nosso relacionamento, gostaria que você pensasse sobre isso.
Vejamos que, ao colocar o problema de forma respeitosa, agimos proativamente, evitando o silêncio verbal passivo, o famoso gelo, bem como falar de forma agressiva com o outro. Em vez de dar ordens, sugerimos pontos a serem refletidos pelo cônjuge.
É importante sempre lembrar que essas reflexões acontecerão no tempo do seu cônjuge e não no seu. Muitas vezes, queremos respostas imediatas do outro e isso não acontece dessa maneira.
No próximo artigo continuaremos a refletir sobre o diálogo proativo.
Para mais, acompanhe o nosso Blog e siga nossas redes sociais! @plenitudehumana