Como administrar conflitos nos relacionamentos
Para que você possa ter um excelente relacionamento com o seu cônjuge, sócio de trabalho, colegas, amigos, familiares etc. uma habilidade fundamental é a capacidade de administrar conflitos interpessoais.
A Psicologia Consciencial é uma ciência que auxilia muito com a sua fundamentação teórica em todas as áreas, inclusive essa do relacionamento pessoal. Vejamos como fazer isso.
A capacidade de administrar conflitos de relacionamento com as pessoas é como as demais habilidades sociais fruto do autoconhecimento, e do autodomínio, e principalmente da empatia.
Todo conflito ocorre devido à identificação com os sentimentos egoicos, oriundos a partir do desamor ou do pseudoamor.
Esses sentimentos são geradores de todos os demais, ocasionando os conflitos.
Quando temos um movimento egoico evidente, há uma tendência do indivíduo se identificar com os sentimentos do orgulho, do egoísmo e do egocentrismo.
A pessoa tende a fazer valer o seu ponto de vista em detrimento do ponto de vista do outro.
O orgulho faz com que ela ache a sua maneira de pensar e de agir melhor do que a dos outros e, por isso, tende a fazer de tudo para que o seu pensamento impere, mesmo que para isso ela tenha que agredir, impor-se sobre a vontade do outro.
A pessoa atua de forma egoística e egocêntrica. Surge, assim, um conflito imediato, pois as demais pessoas tendem a reagir contra essa imposição.
Podem reagir de forma passiva, conformando-se com a situação externamente, mas trazendo uma grande revolta interior, produzindo uma sabotagem às imposições.
Outras pessoas de caráter mais reativo tendem a insurgir-se contra a situação imediatamente, gerando conflitos diretos com a pessoa impositiva.
Como surgem os conflitos
Quando o indivíduo se identifica com a face mascarada do ego, há uma tendência para se “passar por cima” das causas dos conflitos.
A pessoa que age assim tende a anular os seus sentimentos para evitar o conflito imediato, achando, com isso, que está impedindo o seu surgimento.
Percebamos que é uma forma falsa de se administrar conflitos. O que acontece nesse caso é que o conflito é adiado, pois uma das pessoas, que poderia gerar o conflito, está se autoanulando.
Mas como nenhum processo de autoanulação dura para sempre, mais cedo ou mais tarde as máscaras tenderão a cair e a pessoa entrará em conflito evidente com o outro, agravado pela somatória de vários conflitos menores que não foram trabalhados.
Forma falsa de se administrar conflitos
A única forma de resolver os conflitos é agir proativamente, de modo a solucionar as causas reais do conflito, o que só acontecerá por meio da transformação dos sentimentos egoicos evidentes e mascarados.
Só podemos transformar os sentimentos egoicos após tê-los aceitado.
Sabendo que os temos, mas somos mais do que eles, podemos nos libertar deles, desenvolvendo as virtudes, e ajudar as demais pessoas que se relacionam conosco a se libertarem também.
No caso do orgulho, egoísmo e egocentrismo que estão relacionados com o conflito imediato, é necessário que entendamos e convidemos os outros a entenderem que ninguém é melhor do que os outros.
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Todos possuímos diferentes aptidões e que podemos somá-las.
Resolveremos os conflitos somando as diferenças e não entrando em choque uns com os outros por causa delas.
No caso do conflito adiado, é importante perceber que ninguém administra conflitos simplesmente passando por cima de sentimentos.
Isso é impossível. Podemos reprimir e abafar os nossos sentimentos, mas, cedo ou tarde, eles tenderão a se manifestar de forma intensa.
Isso é muito pior do que reconhecer a nossa insatisfação imediatamente e buscar equacioná-la na relação com o outro.
Forma proativa e verdadeira de se administrar conflitos
Então para que possamos desenvolver a nossa capacidade de administrar conflitos são necessários o autoconhecimento e o autodomínio para refletir sobre os sentimentos que precisamos transformar, aprendendo a resolver os próprios conflitos internos.
A partir do desenvolvimento dessa habilidade intrapessoal, poderemos ser mediadores para evitar ou para resolver as relações de conflitos interpessoais, seja de nós para os outros, seja de outras pessoas que estão sob a nossa liderança.
Tanto os conflitos internos, de nós para com nós mesmos, quanto os externos, de nós para com os outros, ou de pessoas que estão sob a nossa liderança, só podem ser liberados a partir da energia de amor oriunda no Ser Essencial que somos.
Para que os conflitos possam ser dirimidos, necessitamos de uma boa dose de empatia, em que nos colocamos no lugar das pessoas que estão gerando o conflito e agimos com elas como gostaríamos que agissem conosco, isto é, compreendendo as suas limitações e buscando conduzi-las a assumirem uma postura proativa pela conexão com os sentimentos essenciais.
Para compreender a pessoa, é preciso aceitá-la como ela é, com seus defeitos e qualidades, ou seja, aceitá-la em sua essência.
O que ela faz de negativo é inaceitável, mas compreensível.
É claro que isso somente é possível quando temos o hábito de fazê-lo com nós mesmos, em nossos conflitos interiores.
Uma lembrança de fundamental importância na questão dos conflitos é a de que as mudanças, para serem reais, são efetuadas gradualmente, quando buscamos perceber nossas limitações, aceitando que as temos, desidentificando-as, para podermos transmutá-las por meio do amor.
Esse processo irá acontecer de uma forma natural sem uma tirania interior no sentido de se forçar uma mudança, seja de nós próprios, seja dos outros, pois isso, apenas poderia desencadear uma mudança falsa movida pelo pseudoamor, jamais uma mudança verdadeira, serena e tranquila, que se dá de forma lenta e gradativa, por meio do desenvolvimento dos sentimentos essenciais.
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