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Como a família deve tratar um ente querido em depressão

Como a família deve tratar um ente querido em depressão

Neste artigo, refletiremos sobre a relação entre a depressão e as relações familiares.
Devido às características do seu movimento psicológico, a pessoa depressiva exige muito da sua família.
A pessoa depressiva tem um movimento oposto ao amor e à felicidade.
Ela entra numa antítese do movimento natural do amor e da busca da felicidade, e tenta subtrair dos outros, consciente ou subconscientemente, o prazer de ser feliz.
Muitas pessoas somente encontram prazer ao alcançar esse objetivo.
A pessoa depressiva gosta de chamar a atenção para si mesma, por meio desse tipo de movimento improdutivo.
Ela se coloca como uma coitada que está sofrendo muito, para receber migalhas de atenção das pessoas ao seu redor, entrando num jogo psicológico de vitimização/salvacionismo.
Os familiares tentando salvar a pessoa depressiva dos seus problemas e ela se colocando como vítima das circunstâncias.
Ela se fixa nesse ganho secundário, ocasionado pela atenção especial que a família e os amigos lhe oferecem em decorrência do seu quadro, especialmente nas primeiras fases do processo depressivo.
É essencial que a pessoa depressiva perceba se quer realmente se modificar.
Se essa limitação produz nela um nível de desconforto que realmente estimule a vontade de mudança ou se está acomodada à limitação.

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Quando existem esses ganhos fictícios, mas que geram um prazer doentio, é comum que, mesmo que diga que quer se libertar da depressão, ela passe largo período sem conseguir êxito, pois está ainda focada no movimento de desejar o benefício da superação, mas sem pagar o preço por ela.
Lamentavelmente, percebe-se que a maioria das pessoas depressivas faz essa opção.
A depressão incomoda, mas elas ainda não têm a força de vontade suficiente para superá-la, pagando o preço, devido à acomodação nos ganhos secundários.
Essa situação vai perdurar até que os ganhos secundários sejam insuficientes para permanecer nela.
Nesse momento, o nível de incômodo que a depressão gera é maior do que a acomodação, fazendo com que a pessoa depressiva inicie o processo de autotransformação.
Isso irá acontecer, cedo ou tarde, pois não fomos criados para a doença, mas para a saúde.
Façamos um parêntese para explicar o que é ganho secundário.
É um processo de jogo psicológico, no qual a pessoa tem pseudoganhos.
Esses ganhos são irreais, fictícios, pois são baseados na energia de pseudoamor, tanto o que ela se dá quanto o que recebe dos outros.
Por exemplo: quando a pessoa se sente coitada por estar em uma situação infeliz, costuma ser tratada como coitada pelos familiares e amigos próximos que entram no jogo dela.
As pessoas à sua volta costumam paparicá-la e cumulá-la de atenção, fato que cria um círculo vicioso, pois não é transformador do problema.
Quanto mais recebe atenção, mais coitada ela se sente.
Ela chama atenção pelo negativismo e, ao mesmo tempo, gera culpa nos familiares para ganhar alguma coisa baseada nessa culpa.
A família sente culpa pelo sofrimento do parente depressivo, tenta salvá-lo dele mesmo, e quanto mais eles fazem isso, mais a pessoa depressiva se sentirá infeliz e vítima da vida.
Superar esse ganho secundário gerado por esse jogo psicológico é muito trabalhoso.
Com esse movimento, a pessoa depressiva, subliminarmente, pune a família com seu estado de depressão.
À medida que aplica punições na família, todo o grupo vai adoecendo junto.
Quando isso acontece, ela se autopune ainda mais, criando um círculo vicioso de autopunição e punição dos outros.
Em decorrência disso, o depressivo desenvolve muitos esquemas de sofrimento.
É preciso que os familiares estejam atentos e não entrem nesses esquemas de sofrimento, porque de nada vai adiantar eles adoecerem junto com o familiar deprimido.
Ao entrar no esquema do jogo psicológico de salvação, eles vão dificultar a ajuda que poderiam prestar.
Como o depressivo se pune e se vitimiza todo o tempo, ele assume várias situações nas quais se coloca como vítima.

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Muitas vezes, os familiares entram nesse jogo e se submetem às exigências do familiar depressivo, contrariando até os próprios princípios orientadores daquele núcleo familiar.
Há um movimento dos familiares tentarem satisfazer a todos os seus desejos e caprichos.
Acontece, em algumas ocasiões, de a família fazer coisas que não poderiam ser feitas naquele momento – como comprar-lhe algo de valor, por exemplo –, no sentido de resolver o problema do parente depressivo.
Outras vezes, os familiares cansam-se desse jogo e se tornam intolerantes com o familiar depressivo e o punem com admoestações e outras sanções, fato que amplia o sentimento de culpa que trazem em relação a ele.
Muitas famílias passam a se comportar assim, alternando submissão às exigências do depressivo, com intolerância.
Tanto uma situação quanto outra só fazem piorar os esquemas de sofrimento porque a pessoa depressiva vai se satisfazer, subconscientemente, com essas situações se punindo ainda mais, aprofundando o círculo vicioso.
Muitas pessoas, nessas ocasiões, têm as seguintes falas: Além de eu ser um problema, crio problema a todos.
Eu sou um estorvo para todos.
Acho que seria melhor se eu morresse.
Seria um alívio para todos.
Eu sou tão infeliz que a minha infelicidade contagia todos os meus.
Essas falas parecem uma declaração de humildade, mas, na verdade, escondem um movimento de profunda rebeldia, no qual a pessoa se autopune e pune os familiares, produzindo mais culpa neles e posterior submissão.
Devido à sua fixação no estado negativo, ela tem esse ganho secundário de sentir uma satisfação mórbida de ser valorizado ao contrário, pelo lado negativo.
É muito importante que os familiares não entrem em um processo de servidão da pessoa depressiva, mesmo quando ela tem uma tendência suicida.
É importante estar de prontidão para ajudá-la a se ajudar, mas sem entrar nos esquemas de sofrimento criados por ela mesmo.
Quando os familiares se tornam subservientes, entram no esquema de sofrimento.
Quando abrem mão de suas próprias vidas, para viver a do depressivo, estão em servidão, e não em prontidão.
É muito importante estar de prontidão, especialmente nos casos graves de depressão, quando há risco de suicídio.
Estar em prontidão é estar a postos para atender às necessidades profundas da criatura.
Significa estar pronto a ajudá-la a se ajudar.
Façamos um parêntese para falar sobre a maneira como os familiares devem se comportar quando há uma tendência suicida em um familiar deprimido.
A pessoa depressiva dá muitas pistas, pois seu movimento, na verdade, é de chamar a atenção e punir a si mesma e aos outros com o ato suicida.
Portanto, ela não conseguiria fazê-lo sem dar pistas porque, senão, ela não alcançaria êxito no seu tentame, que é a punição máxima.
Por isso, ela vai dando muitas pistas.
Por isso, é fundamental que os familiares estejam em estado de prontidão para ler as pistas.
Quando os familiares perceberem as pistas, devem ser muito tranquilos com os seus parentes e amigos depressivos.
É importante dizer a ele: Você está deprimido, com desejo de morrer.
Tenho notado que você tem nutrido o desejo de suicídio.
Não vale a pena.
A vida continua.
Sabe em que padrões de qualidade ela vai prosseguir.
Estamos aqui para ajudá-lo.
Quando você resolver obter ajuda, estaremos aqui.
Basta chamar, dar um sinal.
Nós estamos aqui vivendo as nossas vidas.
Mas, ao você dar um sinal, estaremos aqui prontos para ajudá-lo a superar essa dificuldade momentânea.
Mas, se você o fizer nossos corações partidos vão orar por você para ajudá-lo em sua nova situação.
Mas você não precisa sair do corpo para que possamos ajudar.
É importante que os familiares digam, claramente, que a morte pelo suicídio não vai resolver nada e, sim, agravar os problemas dele e não dos familiares, que vão sentir a dor da sua morte prematura, mas que essa dor vai passar, enquanto que a dele vai prosseguir indefinidamente.
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