Como realizar as suas metas de ano novo
Ao iniciar o ano muitas pessoas estabelecem metas de mudanças em suas vidas.
Estabelecem uma série de objetivos para melhorar emocionalmente, tornando-se mais serenas, calmas, felizes etc., mas a maioria somente fica no desejo, sem realizá-las.
Neste artigo, vamos refletir sobre o motivo pelo qual é fácil idealizar metas, mas realizá-las não é tão fácil assim e o que você pode fazer tornar as suas metas concretas.
Quando queremos realizar uma mudança, do que vamos necessitar?
Buscar recursos que nos modifiquem o estado atual para chegarmos ao estado idealizado, que é uma vida plenamente consciente que nos possibilita uma energia mental saudável, e, consequentemente, a saúde emocional.
No processo de buscar os recursos para superação da vida subconsciente vão surgir várias limitações, que são os empecilhos que vão dificultar a realização das mudanças necessárias.
As principais limitações que surgem para a realização das metas são:
1 – Não querer a mudança em nível profundo, por causa do trabalho que é necessário realizar para que a mudança se efetive, em decorrência da forte acomodação que mantém e dos ganhos secundários.
2 – Não acreditar que pode realizar as mudanças, porque não confia em sua própria capacidade.
3 – Não acreditar que merece realizar as mudanças, porque traz um processo subconsciente de autoboicote.
4 – Desejar uma mudança instantânea e sem esforços.
A primeira grande dificuldade é não querer a mudança em nível profundo, devido aos chamados ganhos secundários ou fictícios.
Esse é o obstáculo maior.
A pessoa diz que quer mudar, mas analisando-se em nível profundo esse querer é da “boca para fora”.
O querer da “boca para dentro” não acontece.
A pessoa diz em alto e bom som para ela e para os outros eu quero muito mudar a minha vida, contudo em sua intimidade ela se compraz em permanecer como está.
O seu movimento interno é incongruente com a fala.
O maior empecilho para se realizar mudanças é esse tipo de ganho secundário, a inércia, a acomodação.
Superar a acomodação não é uma tarefa fácil.
Por isso, o querer de muitas pessoas é ainda muito débil.
A pessoa tem o “ganho” de permanecer como está, pois para isso não precisa fazer esforços.
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Outro ganho secundário muito comum e mais desafiador de superar, intimamente associado à acomodação, é a vitimização, ganho falso em que a pessoa coloca-se como vítima das circunstâncias, uma coitada que se comporta como vítima da vida para receber dos outros as migalhas da piedade.
Esse ganho secundário alimenta a acomodação, pois a suposta vítima, caso faça alguma coisa para mudar a sua vida não vai ter mais ninguém para passar a mão em sua cabeça e dizer para ela: coitada!
Todavia, é importante refletir que os ganhos secundários são ganhos falsos.
A pessoa parece ter algum tipo de vantagem com esse comportamento, mas apenas perde enquanto não se dispuser a buscar os verdadeiros ganhos.
Toda acomodação, cedo ou tarde, gera incômodos para a criatura.
Outra limitação é a de não acreditar que pode realizar a mudança.
A pessoa diz assim: eu quero muito mudar a minha vida, mas não dou conta. Eu não consigo, não sou capaz porque é muito difícil.
Por que ela não acredita que pode mudar? Isso acontece devido à debilidade da vontade em virtude de nutrir crenças limitadoras.
Acontece o ganho secundário da vitimização, estudado acima, no qual a pessoa acredita que não é capaz de mudar porque não possui capacidade para tanto.
Ela acredita que é vítima das circunstâncias, e que, por isso, como uma coitada, ela não é capaz de mudar.
Se fossem mais honestas consigo mesmas, superando o autoengano, elas perceberiam que não querem fazer o esforço para que a mudança aconteça.
Essas pessoas estão cheias de crenças de que mudar é muito difícil, somadas ao ganho secundário da acomodação, fato que tornará a mudança praticamente impossível, enquanto as crenças não forem ressignificadas.
Na verdade, a pessoa não quer pagar o preço para a mudança.
Essa é a grande questão, pois todos nós temos o poder de mudar a nossa vida, mas é mais fácil acreditar que não temos para não precisar fazer esforços de mudança.
Outro grande empecilho é a questão do não merecimento.
Isso dificulta muitas pessoas que têm uma boa força de vontade, acreditam que podem, porém, intimamente, acreditam que não merecem a mudança, gerando um boicote da própria ação de mudança, porque ela vai trazer uma vida mais harmoniosa e feliz.
Quando uma pessoa acredita que não merece ser feliz vai fazer tudo que for possível, consciente ou subconscientemente, para boicotar a ação de mudança.
Esse empecilho é muito forte em nossa cultura porque vem do sentimento de culpa, muito cultuado por muitos de nós.
Devido a culpas conscientes ou subconscientes, remanescentes de existências anteriores ou da existência atual, acreditamos que necessitamos de condenação e punição e não de uma vida harmônica e feliz.
Em realidade todos nós merecemos a oportunidade de transformar toda negatividade, todos os delitos praticados no passado, próximo ou remoto, a partir das ações de amor.
Isso somente vai ser possível se nós mudarmos os nossos pensamentos e sentimentos, sob a ação da vontade bem conduzida.
O fato dessa escolha consciente gerar para nós uma vida mais harmonizada e mais feliz é apenas consequência de nossa atitude transformadora.
Façamos uma analogia para entender melhor a questão do passado delituoso.
Achar que nós não merecemos coisas boas no presente ou no futuro é como se, hipoteticamente, a pessoa fosse dirigir um carro só olhando no retrovisor.
Se nós dirigirmos um automóvel só olhando no retrovisor, o que vai acontecer? Nós vamos bater o carro.
O fato de a pessoa colidir com o veículo é resultado da atitude dela de ficar apenas olhando para trás através do retrovisor.
Portanto, não é por causa do passado que ela não está tendo uma vida melhor, é devido às suas escolhas presentes.
Contudo, dá para dirigir sem olhar no retrovisor, apenas olhando para frente? Não!
Para que serve o retrovisor?
Para nos direcionar para frente de forma adequada.
Se formos dirigir sem olhar no retrovisor também vamos acabar batendo.
O retrovisor serve para olharmos de vez em quando, para nos conduzir para frente.
Assim é o nosso passado, próximo ou remoto, é para que nós nos orientemos para o presente, a fim de termos um futuro melhor.
Se percebermos que erramos em algo acontecido em nosso passado, vamos nos responsabilizar pelos erros, aprender com eles no presente, para poder nos melhorar e repará-los.
Portanto, nós merecemos, sim, ser felizes, contudo esse merecimento não é uma dádiva, algo que nos é oferecido de graça, mas algo conquistado por nós, a partir de nossas ações de mudança.
Outra limitação é desejar uma mudança instantânea e sem esforços.
Tem a ver com a inércia, a preguiça e a acomodação que estudamos na primeira dificuldade.
A pessoa quer, apenas com base no desejo de mudar, que tudo assim aconteça de uma forma mágica ou miraculosa.
É claro que vai aguardar tudo isso em vão.
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Todas essas limitações para realizar a mudança são processos de autoboicote.
Em todos eles nós mentimos para nós mesmos, devido a um movimento muito comum, que é o autoengano.
O que o autoengano gera?
Ele tenta aliviar a nossa consciência, porque todos nós trazemos na consciência a necessidade de crescer emocionalmente, de evoluir.
Essa é uma necessidade para o Espírito assim como o é para o corpo o ar e a água, para viver.
Quando a pessoa nutre o autoengano é o mesmo se ela dissesse para si mesma: eu estou fazendo tudo que é possível para mudar; eu estou fazendo os exercícios; estou fazendo isso e aquilo, mas a mudança não acontece.
Contudo, será que ela está, realmente, fazendo tudo o que é possível ou está querendo, simplesmente, pelo desejo de realizar a mudança, que ela aconteça sem esforços?
O autoengano é um processo de passar um anestésico em uma ferida; alivia a dor da ferida, mas não a cura.
O autoengano, portanto, funciona como um anestésico na ansiedade de consciência, que a reduz, contudo não resolve a necessidade consciencial, porque para resolver a questão consciencial é necessário fazer os esforços de mudança a fim de se tornar uma pessoa mais consciente de si mesma.
Quando nós fazemos esforços de mudança para melhor o resultado é a conquista da paz, da harmonia, do sentimento de pertencimento, de alegria, de realmente estar no caminho traçado por Deus para todos nós.
Não é possível forjar esse estado interior.
Por isso, o processo de que a pessoa se utiliza, o de mentir para si própria, dizendo que está fazendo todos os esforços de mudança e, mesmo assim permanece inquieta, desarmonizada, sem o sentimento de pertencimento, é porque há desconexão com o todo.
É esse estado interior que consiste no parâmetro de avaliação, e não aquilo que dizemos com base no autoengano.
Por isso, se você quer realmente fazer com que as suas metas de ano novo sejam concretizadas é fundamental que elas estejam bem formuladas e você trabalhar para superar essas crenças limitantes que são os fatores que realmente lhe impedem de realizar os seus objetivos.
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