Como encontrar a felicidade?
Cacilda vive revoltada com a vida que tem.
Essa revolta acontecia desde a infância, fazendo com que ela passasse a infância e a adolescência ensimesmada em profunda tristeza.
Outro sentimento que cultua com intensidade é a culpa, mesmo sem saber o porquê, pois não havia cometido nada errado.
Cresceu dessa forma sentindo culpa por tudo que lhe acontecia ao redor, como se tivesse cometido crimes muito pesados, nutrindo um sentimento de abandono muito grande e desesperador.
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Casou-se esperando que com o casamento a sua vida mudasse, depositando todas as suas esperanças na felicidade que o marido iria lhe proporcionar.
Após cinco anos de casada Cacilda todas as ilusões que alimentava estavam desfeitos, pois não suporta mais a convivência com o esposo, que, segundo ela, não lhe da a atenção que merecia, tratando-a com indiferença, fato que a magoa profundamente.
Apesar de suas queixas, o esposo faz grandes esforços para atender muito de seus caprichos, mas Cacilda vive insatisfeita.
Tudo que ele faz não é o suficiente para agradá-la.
Cacilda, muitas vezes, fica dias inteiros recolhida em seu quarto, com tudo fechado para que a luz do dia não a incomodasse.
Diz que nesses dias o seu marido realmente não liga para ela, pois nem entrar no quarto ele faz, indo dormir no quarto de hóspedes.
Cacilda diz que tampouco o seu filho de quatro anos a entende, pois quando ele pergunta, em sua inocência infantil, se ela está zangada com ele por estar trancada no quarto escuro, Cacilda fala ao filho que tudo acontecia por causa do seu pai e que um dia ele ia se arrepender do jeito como a tratava.
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É sobre o que é verdadeiramente a felicidade e a ilusão de buscar a felicidade fora de si mesmo como faz Cacilda, que procura no casamento a felicidade, que trataremos neste artigo.
Você conhece alguém que não queira ser feliz? Provavelmente, não!
Em sã consciência todas as pessoas querem ser felizes, contudo não são poucas as que não se sentem felizes.
Por que isso acontece?
Porque a maioria busca a felicidade onde ela não se encontra.
A maior parte das pessoas busca a felicidade fora delas, como Cacilda.
Por exemplo, em um relacionamento afetivo a dois; em um bom emprego com boa remuneração; em um carro do ano; em uma casa confortável para morar etc.
Todas essas questões são muito significativas, mas não são condições para que a felicidade seja experienciada, haja vista a quantidade de pessoas que têm tudo isso e muito mais, e, mesmo assim, não se sentem felizes, ao contrário, sentem uma profunda infelicidade que as deprime.
Na Psicologia Consciencial consideramos a felicidade uma virtude-conquista, ou seja, uma virtude que conquistamos a partir do desenvolvimento de nosso Ser e não das coisas que temos.
Trata-se de uma virtude que somente sentiremos a partir do autoacolhimento amoroso de nós mesmos para nos perceber como alguém digno e merecedor da felicidade.
O primeiro passo para desenvolver a felicidade, e toda e qualquer virtude, é confiar que ela faz parte de nossa natureza.
As virtudes não estão fora de nós em algum lugar no qual devemos buscá-las.
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Podemos comparar as virtudes, incluindo a felicidade, como sementes de árvores existentes dentro de nós para que as cultivemos e tenhamos um excelente pomar para nos felicitar.
Deus nos criou com essas sementes e nos proporcionou a capacidade de cultivá-las.
Para que isso aconteça, é fundamental compreender que não exercitar as virtudes é possibilitar que em vez do pomar germine e cresça em nosso terreno interior as ervas daninhas, ou seja, os sentimentos que na Psicologia Consciencial denominamos de egoicos, tais como a insegurança, a preguiça moral, a desesperança, o ódio, a raiva, a tristeza, a infelicidade etc.
Ao reconhecer as ervas daninhas como a tristeza e a infelicidade, por exemplo, o próximo passo é de acolher as ervas daninhas e transformá-las em adubo para as sementes das virtudes.
Na analogia que estamos fazendo, é importante perceber que as ervas daninhas são ricas em nutrientes e matéria orgânica e crescem muito mais rápido do que as árvores do pomar.
Então, se fizermos uma boa capina e deixar a matéria orgânica das ervas daninhas no solo ela se transforma em húmus para nutrir as sementes e as pequenas arvorezinhas do nosso pomar de virtudes.
A capina em psicologia consciencial se chama decisão consciencial e vontade de autotransformação para exercitar as virtudes.
É assim que começamos a construir a felicidade.
A felicidade, por ser uma virtude-conquista do ser humano, deve ser exercitada no dia a dia a partir de uma decisão consciencial que tomamos, com a qual acionamos a vontade de autotransformação, ou seja, o esforço para transformar gradualmente as causas da infelicidade que existem em nós.
Somente é possível acontecer uma mudança em nós se mobilizarmos a força de vontade, ou seja, o poder que todos nós temos de mudar a nossa vida para melhor.
A força de vontade é a base de todo processo de mudança interior, porquanto significa exercitar o poder de realização que todos nós temos de mudar a nossa vida para melhor.
Deus já nos criou com essa virtude, mas como todas as outras com a semente.
Portanto, ele é intrínseco em nós.
Muitas pessoas reclamam que não tem força da vontade para realizar as mudanças que as tornem mais felizes e em paz consigo mesmas, mas isso não é verdadeiro, porque a força de vontade é como uma semente interior que todos trazemos em nós.
Entretanto, para que essa semente possa germinar, crescer e produzir frutos é preciso que ela seja cultivada.
É aí que acontece um problema para muitas pessoas, porque não sentem a disposição para cultivar a semente, pois dá muito trabalho.
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Por isso, devem se conscientizar de que, quando dizem que não tem força de vontade para melhorar as próprias vidas, é fundamental reconhecer que, na verdade, não estão dispostas a fazer esforços para exercitar o poder de autotransformação.
Para mobilizar a força de vontade somos convidados a tomar uma decisão consciencial.
Devemos, em virtude disso, fazer para nós mesmos uma pergunta consciencial: eu quero continuar a reclamar da vida, tornando-me cada vez mais infeliz, a dizer que não posso fazer nada para mudar ou quero fazer esforços reais de mudança para mobilizar a força interior que carrego dentro de mim?
A resposta a essa indagação consciencial irá nortear os seus passos, ou seja, vai lhe permitir fazer uma escolha consciencial.
Se constatar que você não está disposto(a) a fazer os esforços necessários, terá um bom aspecto interior para trabalhar, a fim de se libertar desse processo de preguiça moral, caso você queira realmente mudar a sua vida melhor.
Se decidir por fazer todos os esforços necessários, iniciará ou continuará uma trajetória muito promissora que lhe proporcionará muita felicidade e alegria de viver.
É o que Cacilda é convidada a fazer, tomar a decisão consciencial de encontrar a felicidade dentro de si mesma.
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