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Você sabe o que é ilusão de controle? Saiba por que ela é a maior causa de ansiedade, inquietude, estresse e raiva.

Você sabe o que é ilusão de controle? Saiba por que ela é a maior causa de ansiedade, inquietude, estresse e raiva.

Alfredo chegou ao aeroporto em Congonhas em São Paulo, extremamente ansioso e agitado devido a estar muito atrasado.
Ao chegar constatou que tinha perdido o voo.
Pelo fato de ser o último voo que partia naquele dia para sua cidade, foi informado pela atendente da companhia que deveria pagar uma multa e aguardar para embarcar no dia seguinte.
Ao ser comunicado disso, Alfredo tomou-se de uma profunda raiva e começou a xingar a atendente.
Não satisfeito, ele muito inquieto e tremendo pegou o telefone celular e o atirou com muita raiva no chão, partindo o aparelho em vários pedaços.
Depois disso, juntou os cacos do aparelho e mais uma vez atirou-os ao chão, gerando constrangimento e medo nos demais passageiros que estavam na fila, próximos a ele.
Começou a gritar que nada funciona neste país, que tinha pegado muito trânsito no caminho do aeroporto e, por isso, havia chegado atrasado e ele não tinha culpa disso.

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Logo depois saiu da sala da companhia aérea para o saguão do aeroporto ainda gritando com muita raiva e ódio, tremendo muito, em uma inquietude enorme, dizendo que tinha muita coisa importante para fazer na sua cidade e que agora tudo estava perdido…
Gritava vociferando sobre quem ia pagar pelo prejuízo dele…
Neste artigo, vamos refletir sobre como a ilusão de controle gera atitudes como a de Alfredo.
Fatos como o acontecido com Alfredo são muito comuns e acontecem com muitas pessoas, todos os dias em diferentes situações.
É como se vivessem com os nervos a flor da pele e qualquer coisa que as contrariam provoca uma crise de ansiedade, estresse, raiva…
Muitos vivem em uma constante irritação com tudo e com todos.
Por que isso acontece?
A Psicologia Consciencial nos diz que esse tipo de acontecimento ocorre devido ao que se chama ilusão de controle.
Temos uma ilusão de que é possível controlar os acontecimentos à nossa volta, as pessoas e até o tempo.
Quando algo acontece de forma diferente daquilo que planejamos, sentimos como se tivéssemos sendo afrontados em nossos direitos, gerando uma frustração enorme que é projetada nas pessoas à nossa volta.
Por isso, a pessoa muitas vezes se descontrola devido à imensa ansiedade, irritação e raiva que sente.
Porém, será que é isso mesmo?
Será que estamos sendo afrontados ou, ao contrário, estamos afrontando a ordem natural das coisas?
Reflitamos, é possível mudar as conjunturas externas?
No caso de Alfredo, seria possível para a companhia aérea aguardá-lo chegar ao aeroporto deixando todos os demais passageiros esperando ou criar um voo especial somente para ele?
Quando analisamos racionalmente percebemos que não faria sentido nada disso, contudo por que muitos se sentem afrontados quando algo semelhante acontece?
(A propósito, já presenciei dezenas de situações parecidas em aeroportos e creio que a maioria de nossos leitores também.)
Percebamos que isso acontece sem razão alguma porque o erro está, comumente, com a pessoa descontrolada.
Por que então essa dissonância entre razão e emoção?
Novamente, a Psicologia Consciencial vem em nosso socorro com as respostas.
Quando estamos mergulhados na ilusão de controle não conseguimos pensar de uma forma lógica e racional e, por isso, damos vazão a sentimentos como o estresse, a ansiedade, a raiva, a cólera, a irritação, a inquietude…, que nos prejudicam intensamente a saúde física, mental e emocional.
É como se ficássemos emocionalmente incapazes naquele momento.
Daí a atitude infantil de Alfredo no aeroporto.
Ele agiu como uma criança mimada, que ao ter o seus desejos contrariados faz birra sapateando ou deita no chão e grita.
Por isso, é fundamental exercitar uma virtude muito importante para nos libertarmos da ilusão de controle – a aceitação – ou seja, aceitar as coisas que não podemos mudar como o tempo, as conjunturas externas, o que as demais pessoas pensam e sentem etc.
O foco deve ser em nós mesmos e no tempo presente, por ser o âmbito que temos verdadeiro poder.
Voltemos a analisar o caso de Alfredo, para uma possível solução em que ele evitasse a crise de descontrole emocional.
O primeiro passo seria Alfredo aceitar o fato consumado, ou seja, que não tinha como controlar o tempo que levou para chegar ao aeroporto, porque isso era passado.

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A única coisa positiva que ele poderia fazer era aprender com o erro de ir para o aeroporto faltando pouco tempo, como foi o caso, em uma cidade como São Paulo, que tem um trânsito sujeito a imensos engarrafamentos.
Após isso, Alfredo deve centrar em si mesmo e no tempo presente, fazendo perguntas para si mesmo do tipo: o que eu posso fazer agora? O que não posso?
Por mais simples que sejam, perguntas como estas ajudam muito a superar a ilusão de controle.
A partir delas Alfredo pode chegar às seguintes conclusões: não posso mudar aquilo que já aconteceu.
Posso buscar de uma forma calma e serena resolver as questões de acordo com as novas conjunturas, centrado no poder que eu tenho de tomar decisões.
E, a partir daí, Alfredo deve passar a agir de acordo com o novo planejamento.
A aceitação é, portanto, a virtude que nos liberta da prepotência (abuso de poder) e de muitas crises de ansiedade e raiva, pacificando o nosso coração. 
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