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A evolução espiritual do ser humano

A evolução do ser humano acontece a partir de um processo de autoconsciência, no qual ele toma a decisão de praticar virtudes que lhe tornam a vida repleta de sentido existencial.

As observações que fazemos como psicoterapeuta há várias décadas é de que há em nós algo intrínseco que nos impulsiona a sermos pessoas cada vez melhores, mais éticas, amorosas. Quando o indivíduo não atende a esse impulso natural surgem os conflitos conscienciais, que, com o tempo, caso não sejam resolvidos, tornam-se doenças emocionais.
A partir de nossos estudos, podemos afirmar que esse impulso natural provém do Ser Essencial (Self), que é o arquétipo da ordem, da harmonia. Dele provém um estímulo para que desenvolvamos as virtudes cumprindo o código moral de leis. Trata-se de uma força criada por Deus, ínsita em nós a nos convidar à evolução, que denominamos força endoevolutiva. Para que esse estímulo seja eficaz, é fundamental que aceitemos o convite intrínseco, utilizando a nossa vontade, que gera uma segunda força, a autoevolutiva.

O Ser Consciencial

Quando tomamos essa decisão de evoluir, abrimos espaço para emergir o Ser Consciencial, ou seja, o Ser que resolve por se tornar plenamente consciente de que a sua felicidade será construída por ele mesmo.
Muitos poderão argumentar que essa visão é utópica e que a realidade é bem outra, que as pessoas em nossa sociedade desejam é viver na superficialidade e gozar a vida simplesmente.
Respeitamos quem ainda pensa assim, mas é essa superficialidade diante da vida que tem produzido um número cada vez maior de doentes emocionais, de pessoas vivendo sem sentido e sem direção, de suicídios, dentre outras calamidades sociais que vivenciamos por todo o planeta.
Somos, portanto, partícipe de uma minoria sim, mas que vem crescendo cada vez mais, que prefere enxergar com a clareza da luminescência do Sol a permanecer manietada entre as nuvens escuras de um materialismo sem sentido.
Vivemos hoje um momento novo para despontar no coração dos seres a mais viva fé e a convicção inquebrantável nas verdades imortais, que hoje já não são patrimônio das religiões instituídas, mas objetos de estudo das ciências.

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O Modelo

Por isso, apresentamos como modelo de virtudes para todos nós Jesus Cristo. Jesus é um pensador incomum, um homem de conduta transcendente. A sua posição no conceito da Psicologia Consciencial ultrapassa questões dogmáticas, teológicas, transitórias e territoriais.
Para desenvolver as virtudes, precisamos de referências, porquanto a prática das virtudes é algo muito trabalhoso, porque o ego ainda dita muito de nossa conduta. É mais fácil enquanto estamos revestidos da personalidade transitória dar vazão aos sentimentos do ego, evidente e mascarado. Entretanto, a partir do momento em que despertamos para as questões conscienciais da vida, agir egoicamente traz muitos conflitos conscienciais, que nos geram muita dor. Por isso, buscamos a exemplificação do Cristo para nos servir de referência para o esforço em praticar as virtudes e nos libertar dos conflitos e da dor.

Jesus praticou, quando esteve entre nós, atos muito acima da média e não se pode dizer que o meio o auxiliou, porquanto o meio nem preparado estava para as suas ideias e habilidades. Portanto, o Cristo representa na Terra o início da real compreensão do ser cósmico e transcendente, a ponte possível de o ser humano encontrar-se completamente com a sua essência transcendental.
Ele é, sem dúvida, a magna vivência do código moral de leis em todos os sentidos, um Ser que superou a personalidade, pois nenhum movimento do meio pôde abalar-lhe as convicções.

Teorias vigentes na Psicologia

Várias teorias vigentes na Psicologia ainda propagam que o ser humano é produto do meio e que tudo que ele vivencia é o efeito de mecanismos biológicos e que ele nada mais é do que um organismo pensante. Todavia, essa visão reducionista não explica uma série de fenômenos, principalmente esse anseio que existe por uma sociedade mais ética e mais moralizada, que, apesar da superficialidade em que vivemos, é geral.
É paradoxal a existência de uma superficialidade social e, ao mesmo tempo, o anseio por uma sociedade mais ética e responsável para que tenhamos um mundo melhor para todos. Todavia, quando analisamos esse fato pelo prisma da Psicologia Consciencial, não é tão paradoxal assim, pois trazemos ínsito em nós os estímulos que nos convidam a uma postura mais ética e moral.
Já temos os parâmetros para uma sociedade justa e ética, os quais nos foram legados por Jesus Cristo, que transcendeu o meio em que viveu, estabelecendo novos paradigmas de conduta a partir da sua própria exemplificação. Jesus, portanto, é o arquétipo que todo ser humano, consciente ou subconscientemente, almeja ser e um dia será.
Os cientistas materialistas não consideram a exemplificação como um método. Dizem que a exemplificação da conduta ética é apenas da alçada da moral ou alguns ainda professam, com ironia, da religião.
Todavia, a conduta, antes de tudo, é da alçada da psicologia do indivíduo, pois é a manifestação exterior, material do que existe interiormente e mentalmente. Sendo assim, ninguém poderia se conduzir de determinada maneira que destoasse da sua habilidade e da sua autoridade psicológica. Somente quem possua o psiquismo equilibrado e bem organizado pode responder ao meio acima do meio, senão seria apenas uma resposta condicionada.
O Cristo demonstrou ir além do meio e assim demonstrou ser uma consciência acima das conquistas humanas até a sua época, o que demonstra a transcendência de sua conduta.
O ser humano é convidado a se deparar com forças superiores as dele e, quando se reconhece essas forças, ele tem duas escolhas: entregar-se a elas com consciência dessa superioridade amorosa ou rebelar-se e negá-las, não podendo, entretanto, mudar os fatos como eles são.
A Psicologia Consciencial auxilia o ser humano a se entregar com consciência a essa força superior, a Fonte que criou toda a humanidade.

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