Você sabe qual é a base do relacionamento saudável?
Nesta semana tomamos contato com a história de vida de Rodolfo, que recentemente nos relatou que não está suportando a vida em família:
Rodolfo vive estressado, devido a uma série de fatores.
Irrita-se por qualquer coisa, reclamando sempre de tudo e de todos.
É muito exigente consigo mesmo e ao mínimo erro, Rodolfo se julga um incompetente, um incapaz.
Culpa-se pelos mínimos erros e se sente a pior das pessoas, por isso.
Rodolfo faz a mesma coisa com os outros, especialmente com os familiares.
Diante de qualquer pergunta que a esposa faça, quando ele chega em casa depois do trabalho, acredita que está sendo interrogado e que ela desconfia dele.
A esposa, no entanto, só quer estabelecer um diálogo, mas ele a trata muito mal, rejeitando o seu carinho e atenção.
Os seus dois filhos têm medo de falar com ele e de contrariá-lo, pois, por qualquer motivo, ele grita, xinga-os e manda-os calar a boca ao menor sinal de espontaneidade, acusando-os de desobedientes e mal-educados, quando eles estão brincando depois que ele chega em casa cansado.
Rodolfo culpa a esposa por não educar os filhos como deveria e que, quando criança, não tinha essa liberdade de importunar os adultos, como os filhos fazem.
Vive dizendo para os filhos que eles nunca vão ser nada na vida se continuarem dessa forma.
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Rodolfo se acredita incompreendido e vive reclamando que a família não gosta dele e que só faz transformar a sua vida num inferno.
Neste artigo, vamos refletir sobre como Rodolfo pode iniciar um processo de autotransformação para melhorar o seu relacionamento familiar e se libertar da vida infeliz que está tendo, fazendo também os seus familiares sofrer.
Analisando o caso de Rodolfo, percebe-se que é alguém que está muito mal consigo mesmo, e é digno de muita compaixão e também se acolher com compaixão.
Para se libertar da situação em que vive Rodolfo está sendo convidado a desenvolver o autoacolhimento amoroso para poder acolher os familiares e dissolver essa vida torturante que está vivendo em família.
A BASE PARA UM RELACIONAMENTO SAUDÁVEL COM OS OUTROS É O CHAMADO AUTOACOLHIMENTO AMOROSO
O autoacolhimento amoroso é composto de autoamor, autoaceitação, autoconfiança, autovalorização e autorrespeito para que a pessoa possa se sentir como realmente é, um ser amoroso em sua essência, criado para sentir em si mesmo o bem, o bom e o belo.
O autoamor tem como base duas outras virtudes: o sentimento de filiação divina e o sentimento de aprendiz.
O sentimento de filiação divina é uma virtude básica para todas as demais virtudes, pois não é possível desenvolver as demais sem sentir que as virtudes já existem em nós de forma latente como sementes divinas em nossa intimidade.
É o sentimento de filiação divina que faz com que sintamos que somos espíritos imortais e filhos de Deus.
Deus na concepção da psicologia consciencial é uma grande energia criadora do universo.
Tudo o que Deus cria é por amor e para o amor.
Ele cria o ser com todo potencial para a pessoa desenvolver esse amor profundo, a começar por ela mesma e a partir dela mesma, manifestar gradualmente esse amor para todo o universo.
Portanto, essa fonte criadora de tudo que existe criou tudo com uma finalidade última, ou seja, por amor e para o amor.
Para sintonizar com o autoamor além do sentimento de filiação divina somos convidados a desenvolver a virtude do sentimento de aprendiz para que vejamos a vida como uma fonte de aprendizado.
O sentimento de aprendiz da vida é uma virtude básica para todas as demais virtudes, porquanto nos coloca em uma posição de aceitar a nossa condição de espíritos em evolução, por meio do aprendizado constante nas experiências-desafio e experiências-estímulo que temos ao longo da vida.
As experiências-desafio são as que sentimos serem muito desagradáveis de passar porque nos estimulam o ego a reagir ou ficar passivo.
Rodolfo está passando por muitas experiências-desafio, especialmente na convivência familiar, mas que ele não está aproveitando para aprender a desenvolver as virtudes essenciais, que é o grande objetivo da vida em família.
As experiências-desafio nos tocam nas imperfeições de nosso ego e muitas vezes acreditamos que não temos condições de superá-las.
As experiências-estímulo são as que nos fortalecem as escolhas conscienciais e nos impulsionam ao exercício das virtudes, tais como cursos de autoconhecimento presenciais ou on-line, leituras de obras que nos estimulam a prática das virtudes, a meditação e a oração.
Imagine, em uma analogia, cada dia de sua vida como uma aula que dura 24 horas no qual você faz um grande curso chamado vida.
Em cada dia de curso você tem várias oportunidades de aprender com as experiências-desafio, nem todas agradáveis de passar, mas todas elas são provas necessárias para que possamos transformar em experiências-aprendizado, como um aluno de uma escola tem provas para poder estudar e passar por elas, resultando em aprendizado.
Esse aprendizado somente vai acontecer se você se sentir um(a) aprendiz da vida.
O autoamor é, portanto, a virtude pela qual você é convidada(o) a se sentir um espírito imortal, filho de deus e aprendiz da vida e que foi criado por amor e para o amor.
Em que espaço Rodolfo irá manifestar primeiro esse amor? A si mesmo.
Primeiramente você manifesta esse amor por você, conectando-se com você com a Essência Divina que você é, com aquilo que você tem de melhor dentro de si.
Ao se conectar com aquilo que você tem de melhor em si, você se abre para o amor ao próximo, que é consequência do autoamor.
Portanto em uma síntese, a virtude do autoamor é resultante da tomada de consciência de que você é um espírito imortal, filho de deus, aprendiz de amor, para exercitar ações de amor, porque você foi criado por amor e para o amor.
Como você em essência é amor, o exercício do amor faz com a sua essência se expanda, superando todas as limitações que temos, seja no nível físico ou emocional.
O autoamor estimula a próxima virtude que é a autoaceitação.
A autoaceitação é a virtude que faz com que você aceite quem você é como você está, ou seja, um ser essencial, espírito imortal, filho de Deus e aprendiz da vida que possui uma série de limitações a serem transformadas.
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Você traz um potencial para evoluir, gradualmente, mas que está, ainda, com muitas limitações, crenças limitantes, pensamentos e sentimentos egoicos a serem reprogramados.
Ao reconhecer quem você é e como você está, você se aceita como um todo, incluindo a sua aparência física.
Todos nós trazemos em nós o potencial divino, mas ainda com muitas imperfeições humanas.
Se você não aceita que tem imperfeições a serem transformadas gradualmente, passa a se exigir uma perfeição que ainda não pode ter e faz a mesma coisa com os outros, como Rodolfo.
Com isso, em vez de autoamor e autoaceitação você irá dar vazão ao autodesamor e autoinaceitação, em um processo de autorrejeição que vai lhe gerar uma baixa autoestima, muita dor e sofrimento.
A aceitação é uma virtude que muitas vezes nós confundimos com acomodação.
É muito importante saber a diferença.
Acomodação é como se você dissesse: eu sou desse jeito e se isso incomoda alguém não é da minha conta, como se não fosse sua responsabilidade mudar a forma como está.
Não somos pessoas limitadas, apesar de ter limitações, e o nosso compromisso maior é superar, gradualmente, essas limitações.
Você deve sempre fazer a seguinte pergunta a si: que ações eu posso realizar para superar as limitações que tenho?
Quando você faz essa pergunta, já adentra no âmbito da terceira virtude, que é a autoconfiança.
Você abre campo para se conectar com as suas potencialidades de modo a superar as suas limitações. Essa é a essência da autoconfiança.
Você pode confiar que tem o poder de superar as suas limitações, gradualmente.
Enquanto ser essencial que você é o seu potencial é ilimitado, mas as suas possibilidades são limitadas devido ao seu ego, que ainda tem muitas imperfeições.
Entretanto, você não é uma pessoa limitada, e, por isso, pode ampliar as suas possibilidades, com base no potencial que você tem.
Com o exercício da autoconfiança você confia nas possibilidades que tem de aprender e superar as limitações que você tem.
O exercício da autoconfiança lhe impulsiona cada vez mais a ampliar as suas possibilidades de mudança, aprendizado e de autotransformação, com base no potencial que você traz em si.
Para que a autoconfiança seja exercitada você é convidada(o) também a exercitar a confiança em Deus e na vida.
Se Deus nos criou por amor e para o amor, nós estamos abandonados no mundo?
Não, nós não estamos abandonados.
Nós, muitas vezes, achamos que estamos abandonados, mas temos o amparo da providencia divina o tempo inteiro, que nos oferecerá durante toda a nossa vida as experiências necessárias para evoluirmos.
Para isso somos convidados a utilizar tanto as experiências-desafio, quanto as experiências-estímulo que temos durante a vida para aprender e crescer como seres em evolução.
O grande problema que surge nos momento das experiências-desafio são os ganhos secundários da autovitimização e da acomodação, que faz com que a pessoa permaneça limitada, acreditando que não tem o poder de superar os desafios.
O vitimismo e a acomodação são os grandes fatores que impedem o desenvolvimento do autoacolhimento amoroso.
Portanto, é imprescindível o exercício da autoconfiança, porque de Deus você terá todo auxílio necessário para superar todas as experiências-desafio de sua vida, mas ele não fará a sua parte no processo.
A autoconfiança estimula a próxima virtude que é a autovalorização.
A virtude da autovalorização é o exercício da valorização do ser que você é e do potencial que você tem, sabendo que esse potencial neste momento é influenciado pelas limitações que você traz momentaneamente.
Você tem valor pelo ser que você é e não pelas limitações que tem.
Como criação de Deus o seu potencial é ilimitado.
Em uma sociedade materialista e superficial as pessoas têm valor pelos bens materiais, pela posição social, pela aparência que possuem etc., fato que leva muitas pessoas a se desvalorizarem porque não tem esses bens, são de classes sociais menos expressivas e não tem a aparência dos campeões da beleza.
Mas a autovalorização não tem nada a ver com as questões materiais e, sim, com os valores espirituais, que todos podem conquistar pelos esforços para desenvolver as virtudes.
Portanto, se você se sente como um espírito imortal, filho de Deus e aprendiz da vida, você se valoriza por quem você é, pelo esforço que faz para superar as limitações que tem.
A autovalorização estimula a próxima virtude do autoacolhimento amoroso que é o autorrespeito.
A virtude do autorrespeito é o exercício do respeito a si mesmo como um ser digno que está evoluindo por meio da superação de suas imperfeições.
Você respeita a si mesmo e respeita os outros, colocando limites nas suas relações com outras pessoas, porque você é um ser muito valoroso, que se respeita e se acolhe por quem você é como ainda está.
O autoacolhimento amoroso com as cinco virtudes básicas deve ser exercitado diariamente.
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Trata-se de um círculo virtuoso completo no qual cada virtude estimula a virtude que se segue.
O autoamor estimula a autoaceitação, que estimula a autoconfiança, esta estimula a autovalorização, que estimula o autorrespeito, que estimula o autoamor, formando o círculo virtuoso que lhe proporciona uma autoestima cada vez mais intensa, harmonia interior e felicidade.
O autoacolhimento amoroso é um círculo virtuoso que reforça a autoestima porque você passa a valorizar aquilo que realmente tem valor, você enquanto espírito imortal em um processo de evolução.
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